Ainda sobre o Gre-Nal 448: Roger Machado não cobra pênalti. Também não atua como goleiro. Infelizmente, para os colorados, não é primeiro volante.
Entretanto, o treinador poderia ter feito beeeeem mais no maior clássico do mundo. Principalmente porque teve uma semana cheia de trabalho. Optou pelo conservadorismo, pelo pensamento mágico daquilo que lograra êxito no passado recente. A insistência com o 4-2-3-1 foi o golpe de misericórdia. Pagou para ver e começou a semana desempregado.
É claro que existem desenhos infinitos no futebol, mas, na nossa ótica, um sistema com três zagueiros poderia reacomodar as melancias às margens do rio. O ingresso de Mercado também atacaria outra mazela do time: a falta de liderança. Possivelmente, Pavón e, depois, Alysson não teriam a avenida Bernabei para explorar no último domingo, por exemplo, entre outros.
A polêmica aposentadoria do craque Fernando também decretou a falência do futebol colorado. No domingo, sequer o substituto, Thiago Maia, esteve em campo. Para piorar, a boa-nova do segundo semestre, Alan Rodríguez, deixou a partida ainda no primeiro tempo. Aí, gurizada, não tem jeito. Futebol se ganha é no meio-campo, né?
Mesmo assim, Roger poderia ter atenuado o impasse. Por que não começar com o jovem Luis Otávio na cabeça de área? Por que Oscar Romero, que não recebe minutagem há séculos, em detrimento de Gustavo Prado na segunda etapa? Com o camisa 47, o time ganharia em mobilidade e arremate de fora da área.
Roger somou tantos erros em 90 minutos que permite pensarmos que cavou a própria demissão, justamente contra o Grêmio. Com o perdão pela licença poética, questiono: será que se arrependeu de ter virado a casaca?
Antes do clássico, numa mesa de bar na região metropolitana, lembrei que Sérgio Rochet vinha de falhas nada compatíveis com um goleiro de Copa do Mundo. No Gre-Nal, elas se ampliaram…
Talvez o gol de Carlos Vinícius fosse defensável, mas existe debate. No gol de André Henrique, porém, creio que estamos diante da unanimidade: bola no primeiro poste, o goleiro deve sair, concordam? Imaginem se fosse o sempre regular Antony????
Ao fim e ao cabo (sempre quis usar essa expressão), Roger Machado Marques deixa o Colorado após quase 500 dias e 55% de aproveitamento. Em 74 jogos, foram 34 vitórias, 20 empates e o mesmo número de derrotas. Campeão Gaúcho invicto neste ano!
Para o futuro, o noticiário aponta que a direção está revirando o Mercosul em busca de um treinador que “habla”. Até o fechamento deste pitaco, o nome da vez é Ramón Díaz.
Pra quê ir tão longe, Alessandro Barcellos? A solução pode estar bem mais perto do que se imagina, podendo desembarcar no vestiário pra ontem…
Luiz Carlos Cirne Lima de Lorenzi, o Lisca. Uma pena que o folclore atrapalhe o profissional, mas poderia ser o nome ideal para o momento. Pelo perfil enérgico, pela qualidade tática, pelo conhecimento da Querência Amada e pelo histórico de ótimos trabalhos com elencos bem inferiores ao grupo atual do Inter. E tem mais: parece que esse é vermelho desde o berço. Será?