Faltou água

Secretário Zaffalon rebate acusação da Corsan

Rua Ilhéus, na vila Mundo Novo, tem vazamento de água da Corsan há um mês

O super-secretário da prefeitura de Gravataí, Luiz Zaffalon, que responde pela Secretaria Geral de Governo, botou a boca no trombone e rebateu a declaração do diretor de Operações da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), Eduardo Carvalho, feita na manhã de hoje (16/11).

Carvalho disse no programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, que parte do problema da falta d’água em Gravataí é culpa da própria população, referindo-se ao consumo clandestino nos condomínios existentes em áreas de invasão, não regularizadas.

O que o diretor da estatal não disse é que o problema poderia ter sido equacionado se a direção e técnicos da Corsan tivessem agido com celeridade. É que desde 2013, quando se agravou o problema do desabastecimento em Gravataí, a Prefeitura e Corsan vêm discutindo a questão.

Tanto que em março de 2014 foi assinado um convênio para que os condomínios em áreas de invasão, consolidados – que não podem mais ser removidos, fossem regularizados. A prefeitura se comprometeu em fornecer o mapeamento e oficializar a denominação das ruas, mas não houve mais manifestação por parte da Corsan.

— O que ficou acertado é que esta regularização seria realizada de forma piloto (experimental) no loteamento Tom Jobim. Depois seria ampliado para o Morro do Coco e vila Afonso Arinos — conta Zaffalon.

 

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Só no papel

 

A proposta de realizar o projeto piloto de regularização teria partido da própria diretoria da Corsan, à época presidida por Tarcísio Zimmermann. Em março passado, pelo que chegou aos ouvidos do super-secretário, a proposta teria sido iniciada no Tom Jobim.

— Para nós, da Prefeitura, tudo ficou só no papel. Mesmo que eles tenham começado, nunca mais nos informaram sobre nada. A Corsan não falou ,mais no assunto — reclama Zaffalon.

 

Projeto estratégico

 

O secretário entende que se existe consumo irregular é porque a parte interessada, a Corsan, não se mexeu para dar cabo ao problema.

— É fácil fazer. Mas tem que querer e se mexer — garante Luiz Zaffalon.

E ele revela que em setembro passado a Corsan teria acenado com um novo convênio – não oficializado – ampliando a ação de regularização para mais quatro localidades de Gravataí: Vila Rica, Vila Cruzeiro, Padre Réus e Xará.

— Então não venham colocar a culpa na população, nem mesmo em quem está irregular. Ninguém quer ficar irregular, à margem da lei. Se existe o problema é porque a Corsan permite, não toma as providências com agilidade — sentencia o secretário.

 

Vazamento

 

A falta de agilidade da Corsan parece que não se restringe às ações, por exemplo, visando a regulamentação do consumo irregular de água potável. A área técnica padece da mesma morosidade, como é o caso de um vazamento existente há cerca de 30 dias na vila Mundo Novo.

Quem conta é a cabeleireira Roberta Ribeiro, que mora na rua Ilhéus há cerca de três anos. Ela reclama que a companhia foi avisada do problema há mais de três semanas mas que até hoje ninguém apareceu para acabar com a fuga d’água.

— Em março ou abril passado a Corsan abriu a rua pra fazer a ligação de água em um condomínio novo na minha rua. Provavelmente não fizeram muito fundo, pois tem uma empresa de coleta de óleo e por isso passam muitos caminhões. O peso deles deve ter quebrado os canos — raciocina a cabeleireira.

Roberta diz que o problema naquela região de Gravataí nem é o desabastecimento. Por ser uma área baixa em relação à topografia de Gravataí, é um dos locais no qual a água demora mais para rarear e, quando isso acontece, é uma das primeiras a ser beneficiada com a normalização do serviço.

 

: Vazamento na rua Ilhéus: água potável indo fora má cerca de um mês

 

Defensora

 

Já a funcionária pública e poetisa Isab-El Cristina Soares assumiu o papel de defensora dos moradores dos bairros Morada do Vale I, II e III. Moradora na MVII há cerca de 33 anos, Isab-El diz que paga cerca de R$ 150,00 por mês, à Corsan, “pelo ar” consumido.

— Somos só duas pessoas em casa, impossível gastar tudo isso. Até porque água não tem mesmo, na maior parte do tempo — acusa.

Na casa dela, na rua Jorge Fayet, segundo conta, faltou água no sábado passado (12/11) e o abastecimento só foi normalizado na manhã desta quarta-feira (16/11).

— É um absurdo! Quem não paga que tenha a água cortada, mas deixar toda a comunidade sem água é o cúmulo. Quem paga regularmente, como é que fica? — questiona, indignada.

 

: Isab-El Cristina saiu em defesa da comunidade, principalmente dos moradores das Moradas

 

Cachoeirinha

 

No início da tarde desta quarta-feira a superintendência de Compras da prefeitura de Cachoeirinha notificou a Corsan por causa dos problemas no abastecimento à população. A ação foi determinada pelo prefeito, Vicente Pires, devido às inúmeras reclamações da falta d’água nos últimos dias, em diversos bairros do município.

Esta é a segunda notificação à Corsan, desde a renovação do termo de concessão do serviço de abastecimento de água potável na cidade. A companhia tem prazo cinco dias para se explicar.

A prefeitura informa que caso não tenha um posicionamento por parte da Corsan, ou  seja necessário emitir uma terceira notificação por causa dos mesmos problemas, vai aplicar as penalidades contratuais. Mas não diz quais as penalidades

 

Os bairros desabastecidos em Cachoeirinha: 

Jardim Atlântico, Moradas do Bosque, Jardim do Bosque, Granja Esperança, Condomínio Piacenza, Condomínio Villagio Di Venezia, Condomínio Villas Di Vicenza, Condomínio Villagio de Firenze, Ravenna, Firenze, Túnel Verde, Betânia, Santa Cruz, Vista Alegre, Anair, Jardim Colinas, Chácara das Rosas, Navegantes, Vila Fátima, Jardim dos Estados, Nova Cachoeirinha, Marechal Rondon, Chico Mendes e Canarinho.

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