eleições 2020

Segue o líder Marco Alba; O grande vencedor da eleição em Gravataí

Marco Alba, prefeito de Gravataí

Na série Grandes Lances e Piores Momentos, vou analisar quem 'ganhou', quem 'perdeu' e quem 'empatou' nas eleições 2020. Neste artigo, o maior vencedor de Gravataí

 

Zaffa é o vencedor, por óbvio. Luiz Ariano Zaffalon está eleito para governar a quarta economia do Rio Grande do Sul entre 2021 e 2024. Um outsider, por nunca ter disputado uma eleição, foi do traço na pesquisa aos 51,12% (57.659 votos) em 45 dias, o que o faz, excetuando os grandes municípios com segundo turno o candidato mais votado entre prefeituráveis da região metropolitana.

O adversário Dimas Costa, vereador em segundo mandato e candidato a deputado estadual mais votado na cidade em 2018, fez 31,58% (35.623).

A diferença, de 22.036, é pouco menos que dobro dos votos da terceira colocada, Anabel Lorenzi, que disputava sua quarta eleição e tinha o apoio do, até então, ‘Grande Eleitor’ Daniel Bordignon.

Inegável é que o maior vencedor da eleição é o prefeito Marco Alba. O que plantou a partir de 2012, colheu em 2020. A vitória de Zaffa representa que as urnas disseram “sim” ao governo.

Depois de um primeiro governo ‘mãos de tesoura’, no qual era considerado por adversários o principal cabo eleitoral da eleição na ‘cidade dos buracos’, perdeu em 2016 para Bordignon o pleito anulado, ganhou a eleição suplementar de 2017 e, com o equilíbrio nas contas, pode investir.

Foram R$ 100 milhões somente em infraestrutura e obras simbólicas, como as pontes do Parque dos Anjos, a entrega do Breno Garcia, maior loteamento popular do Sul do Brasil com 10 mil moradores, além da melhora em índices do Ideb e atração de investimentos privados, e aí uso novamente um símbolo, a Havan, e um enfrentamento da pandemia aprovado pela população em pesquisas, quando prefeito que começaram como heróis hoje se desmancham como ídolos de barro.

Zaffa fez 51% dos votos e nas pesquisas a aprovação de Marco Alba, somando “bom” e “ótimo”, é de 55%. Significa que transferiu quase toda popularidade para aquele que adversários insistiam dizer era um “poste”, apesar da trajetória de mais de 20 anos ao lado do prefeito. A aposta no reconhecimento do governo justifica a escolha de Zaffa que, desconhecido, praticamente não tinha rejeição nas pesquisas.

Ele não curte muito quando escrevo “teimosia”, mas é uma característica que tem servido bem ao filho da dona Suely. É o “jeito Marco Alba de ser”. Ao bancar Zaffa viu se transformarem em inimigos Jones Martins e os vereadores ligados ao ex-deputado federal, Clebes Mendes, Nadir Rocha e Paulinho da Farmácia – os três mais votados do MDB em 2016.

Em 2020, Clebes e Nadir, que estão sob ameaça de expulsão pelos seus trabalharem para Dimas, foram reeleitos. Paulinho, o campeão de votos há quatro anos, e que articulou foto de seu padrinho Sérgio Zambiasi ao lado de Dimas, não foi reeleito. Para completar a vitória sobre os que o traíram se abstendo quando poderiam salvá-lo da ameaça de inelegibilidade por oito anos na votação das contas de 2017, reverter duas semanas depois parecer do Tribunal de Contas do Estado desfavorável a ele.

Marco Alba também não gosta quando o descrevo como “Grande Arquiteto” da política. “Sou jardineiro”, diz, lembrando sua lida de infância e adolescência. Fato é que, como já descrevi, e aí não sei se gosta ou não, como um ‘FHC’, ao centro políticos, arquitetou uma aliança que atraiu desde bolsonaristas tipo ‘napoleão do hospício’, até o PSB, hoje maior partido de centro esquerda da cidade, além de apoios até da esquerda, como Cristiano Kingeski, ex-vice-prefeito de Rita Sanco.

Também manteve o PSDB, PTB, PP e Republicanos, definindo como vice um nome que considerava agregar, além de densidade eleitoral à chapa, a imagem do médico bem-sucedido. Bancou Dr. Levi inclusive quando a chapa restava amaçada após a coligação de Dimas pedir a impugnação até, mesmo com parecer favorável do Ministério Público à cassação, ter sido derrotada na Justiça Eleitoral de Gravataí e no TRE.

Na eleição para a Câmara, da bancada do MDB, a maior da legislatura 2021-2024, dos seis vereadores (tirando Clebes e Nadir), os outros quatro são fiéis a Marco Alba: Alan Vieira, Alison Silva, Claudecir Lemes e Márcia Becker. No geral, 14 dos 21 vereadores são governistas: Carlos Fonseca (PSB), Roberto Andrade (PP), Fábio Ávila (Republicanos) 1.576, Demétrio Tafras (PSDB), Paulo Silveira (PSB), Mario Peres (PSDB), Evandro Coruja (PP) e Alex Peixe (PTB).

Outro presente neste domingo de 15 de novembro, seu aniversário, foi a vitória de Fábio Branco em Rio Grande. A primeira-dama de Gravataí, Patrícia Alba, se torna a primeira suplente do MDB à Assembleia Legislativa. Caso Sebastião Melo vença Manuela D ´Ávila em Porto Alegre, o que é bastante provável, Gravataí voltará a ter representação no parlamento estadual.

Reputo que Marco Alba também acertou ao compartilhar as pesquisas publicadas pelo Seguinte:/Studio Pesquisas, confiando em um veículo de comunicação cujos mentores e profissionais tem trajetória de credibilidade jornalística na cidade. Elas mostravam empate técnico entre Dimas e Zaffa, com o candidato do governo crescendo na reta final, enquanto o que chamou de fake news mostrava uma diferença de 10 pontos a favor do prefeiturável da oposição.

Abertas as urnas, as pesquisas publicadas pelo Seguinte: foram as que mais se aproximaram da realidade.

Falando em pesquisas – o que infelizmente se discutiu mais do que propostas na reta final da campanha, inclusive com decisões judiciais questionáveis e apresentadas por políticos com narrativas distorcidas e meias verdades, que sempre tem uma metade mais próxima da mentira – um dado me parece importante para explicar a vitória de Zaffa em praticamente 9 a cada 10 urnas de Gravataí. Marco Alba tem sua popularidade dividida em diferentes classes sociais e extratos da sociedade. E sua maior aprovação não é na ‘elite’, como costumam dizer adversários, e sim no eleitor que o meio político chama do ‘fundo da vila’.

Se nenhuma tragédia política acontecer até 31 de dezembro, o que é bastante improvável, deixará a Prefeitura como potencial candidato a governador devido à uma popularidade maior do que aquela com a qual saiu Bordignon, de quem nesta eleição tomou o título de ‘Grande Eleitor’.

– Segue o líder – o prefeito e seus apoiadores comemoravam na noite da vitória, em uma alusão às provocações que faziam adversários na reta final da eleição.

Ao fim, sem torcida ou secação, quem veste a coroa de maior líder político da Gravataí de hoje é Marco Alba. São os fatos, aqueles chatos que atrapalham argumentos.

 

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