opinião

’Segundou’ para PSB no governo Marco Alba; O Fantástico

Carlos Fonseca e José Stédile, secretário estadual e presidente licenciado do PSB gaúcho

Áudio de WhatsApp de personagem do PSB confirma esta segunda como o dia em que, ao menos no ‘contrato de gaveta’, o partido que faz oposição desde que saiu do governo Acimar da Silva (MDB), em 2012, entra no governo Marco Alba (MDB).

PSB e MDB já foram aliados eleitorais em 2004 e 2008, quando Juliano Paz foi vice de Marco e Jones Martins, respectivamente. No governo José Ivo Sartori, o PSB foi o primeiro partido aliado, quando o gringo não passava de um digito nas pesquisas e foi fiel na tentativa frustrada de reeleição.

Onze entre 10 políticos apostam que o anúncio oficial não acontecerá antes de um ‘teste de fidelidade’, que é a eleição para a Presidência da Câmara, na próxima quinta.

O presidente dos socialistas, Paulo Silveira, vereador em segundo mandato, e até então identificado como um dos ‘líderes da oposição’, além de pré-candidato a prefeito, não responde desde quarta passada ao pedido de entrevista do Seguinte:., talvez descontente com a opinião que dei no artigo Gestão de Paulo Silveira no PSB é um desastre; o túnel e o trem.

Assim, além da observação, como o fato de Carlos Fonseca já postar foto com o prefeito e elogiar no Facebook serviços feitos prestados pelo governo, e Paulo Silveira já aceitar em suas redes sociais marcações com elogios a feitos do governo, resta-me reproduzir o que apurei e me socorrer de fontes que pedem anonimato.

O espaço segue aberto para quando o presidente quiser falar.

Ao fim do 'Top 6', comento.

 

1.

O PSB teria pedido três secretarias, 30 CCs, a presidência do legislativo e a indicação do vice do candidato do governo à sucessão.

Uma secretaria deve levar.

A primeira no ranking das especulações é Obras. Paulo Martins, o Paulão, um dos mais fieis secretários e ‘Marco Alba desde sempre’, já deixaria o cargo para se dedicar à campanha a vereador pelo MDB e uma das principais apostas do ‘time’ do prefeito.

Pesaria o fato de Obras ser a secretaria ocupada no governo Eduardo Leite (PSDB) por José Stédile, ex-prefeito de Cachoeirinha, presidente licenciado do PSB gaúcho e com influência sobre o partido em Gravataí, principalmente junto ao vereador Carlos Fonseca.

Outros espaços poderiam ser os Serviços Urbanos, onde Paulo ‘Taquari’ Garcia, como secretário ou adjunto (como foi de Francisco Pinho), controlaria a gestão; ou Governança, de onde saiu Claiton Manfro (PL), e com funções semelhantes às Relações Comunitárias, secretaria que o próprio Paulo Silveira ocupou no governo Acimar, após em 2011 o PSB ser decisivo na cassação da prefeita Rita Sanco (PT).

 

2.

O secretário indicado do PSB deve ser Elio Bitelo.

Se não for, Elinho deve sair do partido, já que para mais de uma pessoa já reclamou que, mesmo sendo o primeiro suplente de vereador, ex-vereador e ex-presidente da Câmara, nunca foi indicado para CCs e, para piorar, testemunhou pessoas ligadas aos vereadores, parentes inclusive, passar na frente dele na fila das nomeações para cargos em gabinetes e no governo do Estado.

 

3.

Vice na chapa para a Prefeitura o PSB não ganha.

Pode levar a presidência da Câmara, ou mesmo o vice. Os caminhos para Carlos Fonseca, ou mesmo Paulo Silveira, presidirem o legislativo, já projetei no artigo Presidência da Câmara: quem será o ’candidato de Marco Alba’? da novela ao acordo.

Isso só acontecerá se Neri Facin (PSDB) desistir de ser o presidente. Ele já tem os votos para ser eleito, como tratei no artigo Neri Facin será o patrão da Câmara de Gravataí; diploma de coragem: o ‘G-8’, que reúne, além dele, Neri, reúne Airton Leal (PV), Evandro Soares (DEM), Fábio Ávila (Republicanos), Jô da Farmácia (PTB), Roberto Andrade (PP) e Mario Peres (PSDB); e mais os cinco votos do MDB (Alan Vieira, Alex Tavares, Clebes Mendes, Nadir Rocha e Paulinho da Farmácia).

Além do ‘fiador’, Marco Alba, um notório cumpridor de acordos.

Como o PSDB quer indicar o vice do candidato a prefeito, não seria surpresa abrir mão da presidência na articulação pela atração do PSB para o governo.

 

4.

Outro movimento possível é o PSB ficar com a vice-presidência da Câmara, ou seja, na fila para assumir em caso de alguém eventual impedimento futuro de Neri.

Aconteceria assim: pelo acordo, o vice é do MDB. Alan Vieira deve ser o escolhido. Porém, o vereador pode abrir mão da indicação para contemplar o PSB.

 

5.

Alan tem sido um articulador silencioso da aliança com os socialistas, da mesma forma que o foi nas negociações para Régis Fonseca, o ‘número 1’ de Levi Melo, assumir a Procuradoria-Geral de Gravataí, se desfiliando do PSD do também prefeiturável Dimas Costa, onde era o primeiro suplente de vereador, o que contei nos artigos Avança a Operação Dr. Levi; o candidato a prefeito de Marco Alba e Régis assume Procuradoria; é o número 1 de Levi.

As câmeras dos corredores do legislativo podem comprovar a assiduidade de Alan no gabinete de Paulo, principalmente depois que gorou a tentativa do socialista de ser o candidato a prefeito apoiado pelo ‘Grande Eleitor’ Daniel Bordignon (PDT), que preferiu Anabel Lorenzi; e não avançaram conversas com Dimas e, inclusive, com o PT de Rita Sanco e da sogra e sogro Mariza e Maza Godoy.

 

6.

Para Marco, atrair o PSB dá uma demonstração de força, já que, apesar da candidata Anabel Lorenzi já ter trocado o partido pelo PDT, os socialistas ficaram em terceiro lugar nas últimas três eleições municipais e, em 2016, tiveram três vereadores eleitos – Paulo, Fonseca e o vereator Wagner 'Tô de Olho no Buraco' Padilha, que a partir de março, na janela que permite a troca de sigla sem o risco de perder o mandato, fecha as cortinas no PSB e deve atuar no PDT.

Neutraliza também o apoio dos socialistas a Anabel e Dimas.

O trânsito dos dois vereadores entre o funcionalismo também será posto a teste para ajudar o governo.

E, na prática, recompõe a base com os votos de Paulo e Carlos caso Jô da Farmácia (PTB) e Evandro Soares (DEM) confirmem a saída do governo para se aliar a Dimas em 2020.

Sem falar do gozo político de, caso Neri abra mão, ganhar a mesa com um candidato saído do coração da oposição.

 

Analiso.

Informo há um bom tempo a aproximação do PSB com o governo, apesar das negativas do presidente.

No artigo Paulo Silveira confirma candidatura a Prefeitura de Gravataí, de 18 de novembro, reproduzi nota assinada por Paulo na qual ele concluía que “o PSB é um partido democrático que respeita suas instâncias internas e dialoga com outras forças políticas para construir um projeto de cidade mais justa, humana e voltada à população. Não discutimos política por cargos ou interesses individuais, mas sim por um projeto em prol da cidade”.

Na entrevista Paulo Silveira para prefeito; quem para ele é ’nova’ ou ’velha’ política, de 30 de julho, perguntei, e Paulo respondeu:

 

Seguinte: – Onde situas tua candidatura projetando que teremos um candidato do governo Marco Alba (MDB), Anabel Lorenzi (PDT) e Dimas Costa (PSD) disputando a Prefeitura?

Paulo Silveira – Avalio que teremos duas candidaturas novas, eu e Dimas, da nova safra, do novo ciclo político de Gravataí, e duas outras candidaturas que representam forças antigas, a velha política.

 

Como, nas palavras de Paulo, a aproximação não se dá por cargos, a conclusão que resta é que, se confirmar a entrada do PSB no governo, a gestão de Marco Alba, e os planos para a sucessão em 2020, hoje são aprovados pelo PSB de Gravataí. E foram apenas expressões da moda ('nova política', 'velha política') que Paulo usou na entrevista..

Ao fim, quando o presidente se referia ao “Fantástico Mundo de Marco”, vai não era uma ironia discursiva de um oposicionista. Era, ou se tornou, a verdade de Paulo.

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