“O problema de ter jogador ruim no elenco é que um dia você vai precisar dele.” A frase do ex-treinador de futebol Evaristo de Macedo é um resumo perfeito da primeira derrota do Brasil para o Japão na história do planeta bola.
A Seleção Brasileira não é lugar para atletas emergentes, cujas credenciais são viver uma “boa fase” ou serem (apenas) aplicados taticamente. A única pentacampeã mundial não é laboratório. Ela é certeza. É Olimpo. Deve ser lugar cativo dos dotados na arte de chutar a bola.
A linha defensiva que começou contra os japoneses é gritantemente o oposto do que defendemos. Não basta vestir a camisa verde e amarela, é preciso merecê-la. O lateral do Vasco, Paulo Henrique, talvez seja a exceção que confirme a regra.
Aliás, já passou da hora da Seleção experimentar um sistema sem laterais de ofício, né? Há “séculos” jogamos com dois a menos. Que tal uma linha com três ou até quatro zagueiros? Ainda por cima, daríamos liberdade para os nossos pontas, meias e atacantes.
Felizmente, a rodada dupla de amistosos também reservou boas notícias. A principal delas talvez seja a dupla de volantes Casemiro e Bruno Guimarães. O casamento beira a perfeição até no número utilizado por ambos: 5 e 8. O problema é a falta de reposições à altura. O retorno de Lucas Paquetá, que também pode atuar como segundo homem, é um alento na meia-cancha.
Agora, a “cereja do bolo”: o repertório ofensivo garantido por um ousado 4-2-4 à moda antiga. É preciso levar em conta a fragilidade da Coreia do Sul, por exemplo, mas, na partida da semana passada, a prancheta de Ancelotti ganhou um interessante ponto de partida para o projeto em busca da sexta estrela.
O retorno de Rodrygo à equipe parece ter sido a peça que faltava para o deslanchar da engrenagem. Méritos também a Matheus Cunha, camisa 10 do Manchester United. Mas qual é a posição da dupla em campo? Atuam como ponta-de-lança, centroavante de movimentação ou falso ponta? A imprevisibilidade talvez seja o nosso grande trunfo. Falando nela…
Neymar da Silva Santos Júnior! O maior artilheiro da história da Seleção joga “frouxo” neste elenco, né? Alô, Carleto! O Futebol Além do Resultado agradece desde já.