SAUL TEIXEIRA

Sem correções necessárias, Inter transforma 2023 em mero protocolo

A oscilação virou a marca do Inter de Mano Menezes. Alguns lampejos de bom futebol — como no início da partida contra o Nacional — mas depois… o time perde força, energia, ambição.

O recuo das linhas de marcação após largar na frente no placar é outra crítica cabível também contra os uruguaios. O momento era todo colorado, e mesmo vencendo por 1 a 0 seria possível manter o volume e a intensidade para tentar liquidar a fatura ainda na primeira etapa. Não fazendo, cedeu a bola, terreno e a vantagem no placar.

A defesa segue vazando na bola alta, principalmente em cruzamentos da intermediária. Foi assim contra Caxias, Medellín, CSA e Nacional no gol dos 2 a 2 no apagar das luzes. Eis mais uma correção necessária ignorada. Repetindo pitaco da semana passada: talvez Moledo para aumentar a estatura da linha defensiva???

No gol, John tem se mostrado mais seguro que Keiller, sobretudo em cruzamentos. Embora tenha jogado apenas 3 partidas e, portanto, a amostragem seja pequena.

O ataque é outra “obra” inacabada que está gritando a necessidade de soluções. Pedro Henrique não pode ser banco. Não apenas pelo início goleador da temporada, mas pelo momento, pelas atuações, pela velocidade, pela vitória pessoal. São atributos superiores aos demais atletas da posição. Na ponta ou como 9 de movimentação. Mãos à obra, Mano Menezes!

Wanderson! Sinceramente não entendo a titularidade absoluta do camisa 11. Compreendo que por características, o ponta contribui no trabalho de articulação/armação ofensiva. Mas com o correto retorno de Maurício entre os titulares, aumenta a necessidade de um avante mais agudo, definidor, decisivo no lado oposto.

O time clama por um atacante-atacante! Contra o Nacional, apenas para ilustrar: Wanderson perdeu gol feito após bela assistência de Alemão. Antes, colocou a mão na bola infantilmente, sendo que Maurício estava inteiro para marcar de cabeça logo atrás dele.

Embora seja o setor principal, deixei o meio-campo por último por entender que o treinador tem feito o possível. Tentou com 1 volante de marcação, com 2, com 3 e até “sem nenhum” com Campanharo e De Pena frente aos uruguaios.

A falta do camisa 5 prejudica a fluidez de jogo e fragiliza a defesa — não é nenhuma novidade! Uma peça chave (e óbvia) que a direção ainda foi incapaz de resolver. Até lá, o Inter segue refém 99,9% do talento de Alan Patrick para o sucesso da meia-cancha. Aliás, o camisa 10 precisa ser mais dosado, poupado. Tem vindo de sequência forte na temporada.

Pela campanha fora da curva no Brasileirão do ano passado, o prognóstico apontava para um Inter protagonista nesta temporada. Por enquanto, ficou apenas na promessa. A cada partida, a sensação é que o time atua apenas por protocolo, isto é, para cumprir tabela.

Tomara que os ventos da evolução e da prosperidade soprem para as bandas do gigante da Beira-Rio.

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