Marco Alba (MDB) anunciou sua pré-candidatura a prefeito em Gravataí em vídeo de um minuto e meio, postado em suas redes sociais.
Antes de decodificar a mensagem, que alcança adversários políticos como o prefeito Luiz Zaffalon (PSDB) e o ex-prefeito Daniel Bordignon (PT), vamos às informações.
Conforme nota da campanha, “em respeito aos milhares de gaúchos afetados pelas cheias e que ainda buscam reconstruir suas vidas, o MDB de Gravataí optou pelo anúncio nos meios virtuais, sem festa”.
A nota, que apresenta Marco “como principal nome para a eleição municipal”, aponta o prefeito entre 2013 e 2020 como “responsável por obras estruturais que mudaram a cidade e que são responsáveis pela atração de novos empreendimentos, além de sanar as finanças, reduzindo o endividamento a um dos menores patamares da história do município”.
Segue: “Na educação, foi o primeiro prefeito a distribuir uniforme e material escolar a todos os 30 mil alunos da rede municipal, além da construção de duas UPAs, as Unidades de Pronto Atendimentos”.
Acrescenta: “Na habitação, entregou o Residencial Breno Garcia, com 2.025 unidades habitacionais, para onde foram levadas cerca de quatro mil pessoas que moravam em áreas de alagamento e de risco, e o Residencial Novo Mundo, com 99 casas”.
E conclui: “Na infraestrutura, municipalizou e duplicou trechos da ERS-020 e ERS-030; revitalizou toda a Avenida Dorival, com novos abrigos de ônibus, com pavimentação adequada; duplicou as pontes do Parque dos Anjos e pavimentou vias importantes, como a Estrada Municipal, Lino Estácio e a Estrada Arthur José Soares”.
Vamos então à análise política que faço sobre o vídeo.
Marco começa dizendo ser candidato para “retomar o projeto que implantamos e transformou Gravataí num lugar melhor para se morar, viver e investir”.
Zaffa tem vendido Gravataí com “o melhor lugar para investir e morar” no Rio Grande do Sul. No vídeo, Marco obviamente tenta comunicar aos gravataienses terem sido seus governos os responsáveis pelo atual momento.
“Sou um homem de fé, acreditei nas pessoas, mas algumas escolhas erradas de hoje podem comprometer o futuro da cidade e muito do que já foi conquistado”, diz, a seguir, em obvia referência a aposta que fez em Zaffa, de quem foi o ‘Grande Eleitor’ na eleição de 2020, empenhando a popularidade de seu governo para conduzir o atual prefeito, informalmente apresentado por ele como pré-candidato ao ser seu acompanhante na lista vip da inauguração da Havan em maio de 2020, de 1% nas pesquisas daquele mês para uma eleição com 51,3% em outubro.
Marco não diz no vídeo, mas responde a quem perguntar que considerou “traição” o rompimento de Zaffa com o grupo político que o elegeu, para se aliar a ex-opositores.
Marco também liga “as escolhas erradas” ao tema das dívidas da Prefeitura, quando assumiu em 2013 “sem crédito para comprar um prego”.
“Arrumamos a casa, equilibramos as finanças e reduzimos o endividamento aos menores indicadores da história”, diz, em momento do vídeo no qual reproduz artigo meu no Seguinte:; leia em Marco Alba foi um ‘exterminador de dívidas’; Gravataí pagou meio bilhão em 10 anos.
O endividamento passado e presente já é um tema tratado por apoiadores de Marco.
– Zaffa vai entregar as contas da Prefeitura pior que o PT – repete nas sessões da Câmara o vereador Alison Silva (MDB), hoje talvez o político mais próximo ao ex-prefeito e cujo falecido pai assumiu a Prefeitura em 2012 com 62% da receita comprometida com dívidas.
No discurso, a ‘herança’ é creditada ao “PT”, que governou com Rita Sanco, Sérgio Stasinki e Daniel Bordignon, hoje todos juntos em apoio à candidatura Bordignon.
Já a Zaffa caberia o retorno ao mesmo endividamento. Marco chegou a uma redução a 13% e, após a pandemia, entregou o governo ao atual prefeito com cerca de 20%. O ano de 2023 fechou em 54%, o que aumentaria “para 60%” em 2024 com a assinatura do último financiamento de R$ 60 milhões.
Marco fala também de investimentos em infraestrutura, saúde e educação, e foca em duas tragédias: a covid, que enfrentou com responsabilidade, UTIs, vacinas e sem negacionismos, e a catástrofe das inundações de maio, citando prevenção de enchentes em seus governos.
“Retiramos 4 mil pessoas de áreas de risco, que hoje vivem em segurança no loteamento Breno Garcia”, lembrou, concluindo:
– Recuperamos a auto-estima da cidade e hoje toda população tem orgulho de dizer que mora em Gravataí.
Acaso, talvez, “recuperação da auto-estima” que era expressão usada em todos os discursos por Bordignon após a terra arrasada que também herdou em seu primeiro governo, em 1997.
Ao fim, Marco Alba era o único que ainda não tinha se apresentado oficialmente aos eleitores de Gravataí como pré-candidato, na eleição que tem ainda, além de Zaffa e Bordignon, as candidaturas de Dimas Costa (PSD), Thiago De Leon (PDT) e José Capaverde (PL).
– O leão rugiu – brincou assessor, em conversa com o Seguinte: sobre o ex-prefeito andar arredio a entrevistas.
O vídeo, postado às 15h desta quinta-feira, tem 1.198 curtidas, 314 comentários e 508 compartilhamentos em seu Instagram pessoal e 281 curtidas, 110 comentários e 256 compartilhamentos em sua página política no Facebook.
