no mundo do trabalho

Ser mais e ter menos

A lição trazida por Joan Álvares no artigo a seguir poderia ser a de "pensar fora da caixa" para tudo aquilo que achamos ser essencial. Como foi sua Black Friday? Isso serve para o Mundo do Trabalho e para a Vida Real. Abra bem os olhos para as oportunidades e descubra como ser mais produtivo com menos. Boa leitura!

 

Menos é mais (ou mais é menos): na vida, no trabalho… e no software

Joan Álvares/Zyncro

 

Pense um momento: você comprou seu carro para que? Para passeio ou transporte? Se sua resposta foi a segunda, deixe-me lembra-lo que qualquer alternativa (ir de táxi, metrô, bicicleta) permitira cumprir o mesmo objetivo sem todos os gastos que um carro tem: o combustível, as inevitáveis multas, os inevitáveis reparos, o seguro obrigatório ou o excessivo tempo – leia-se dinheiro – que se perde procurando uma vaga para estacionar. Mas mesmo que você continue discutindo sobre a necessidade de dirigir, você deve concordar comigo que seria mais rentável alugar um por hora, não? Você precisa de um carro para se locomover pelo centro da cidade? Alugue um utilitário. Vai fazer uma trilha? Uma over road. Precisa impressionar um cliente? Melhor um desportivo. Troque “comprar” por “alugar” e “ter” por “compartilhar” e vai ver como o mesmo dinheiro te da mais possibilidades. Use oCarSharing e escolha o carro que você precisa hoje, usar o CouchSurfing e sinta a sensação de ter uma casa em qualquer lugar do mundo.

É a era ownerless: ter menos para desfrutar mais.

Durante décadas as empresas de sucesso foram definidas pelo velho significado de “mais”. Esse significado implica em possuir recursos e condições de superioridade sobre a concorrência. Até recentemente este era o exemplo a ser seguido: ter sede em MAIS países, ter MAIS faturamento, ter MAIS empregados. Empresas onde esses empregados competem para ganhar salários MAIORES, com os quais possam comprar carros MAIORES e viajar nas férias para lugares MAIS distantes. Contudo, a crise financeira, a primeira da era digital, nos obriga agora a rever o significado de “mais”. E nos lembra que:

Estar fisicamente em mais países (ser ‘multinacional’) já não é mais condição para ser global.Faturar mais não significa ganhar mais: a margem bruta sempre foi mais relevante, embora menos carismática, que o faturamento.Ter mais empregados não significa ser mais forte, como foi demonstrado na “queda de gigantes” como Lehman Brothers oGeneral Motors.

Recentemente escutei um empreendedor dizer orgulhoso que seu modelo é muito 2.0. “Somos minha mulher, eu e ponto”, brincou, explicando o quão bem ele estava indo com sua microestrutura. Isso me fez pensar sobre o modelo que meu sócio e eu um dia escolhemos para aPoko, e que um dia nos foi questionado. Esse modelo que abandonou o caminho da ‘empresa grande’ para se converter em uma ‘grande empresa’. Que revolucionou ao deixar de buscar abundancia (mais) para buscar a excelência (melhor).

Confesso que cada vez estou mais orgulhosos de pertencer a uma empresa sem medo de diminuir, que continuamente otimiza sua estrutura para conseguir mais valor com menos recursos. Entendo que isso nos faz melhor para nossos clientes. Porque a cada dia estou mais seguro que as empresas que vão suportar essa crise não serão as ‘grandes empresas’ mas sim as ‘empresas sustentáveis’. Tendencias como Cloud Computing,Software as a Service, CrowdsourcingSoftware livre – que pretendo aprodundar em meu próximo post – dão da possibilidade de qualquer empresario gerir áreas chave nem a necessidade de criar grandes departamentos. Porque como dizem ‘não é mais rico o que tem mais, mas o que precisa de menos‘.

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