Atenção super-secretário Luiz Zaffalon, da secretaria Geral de Governo da prefeitura de Gravataí!
Um comentário lido no Facebook levou o Seguinte: a manter contato com um profissional – instalador hidráulico – que pode ter dado uma boa dica para a licitação que vem aí, visando a definição da empresa para distribuição de água em Gravataí.
O instalador – na popular, o encanador – Vilson Pereira da Rosa, nascido em Sobradinho há 54 anos, trabalha no ramo há mais de 30 anos e tem formação técnica no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e fábrica de tubos Tigre.
Em Gravataí ele mora na vila Central, altura da parada 66 da avenida Dorival de Oliveira. Antes, foi residente por cerca de 30 anos em Esteio. E trabalha prestando serviços hidráulicos e elétricos em toda Região Metropolitana.
A defesa
O que Vilson fez foi uma defesa apaixonada dos funcionários que realizavam o conserto do vazamento de água na parada 66, há uma semana. Várias críticas foram postadas em um grupo fechado no Facebook acerca do trabalho dos servidores.
Ele disse que os funcionários da Corsan não têm culpa, que sequer equipamento ideal possuem, para realizar os consertos e nem material para executar a função, muitas vezes, está a mão.
Pois conseguimos localizar o Vilson, e ele falou muito mais.
: Vilson da Rosa é instalador e dá ideias que podem ser aproveitadas na licitação da água
A sugestão
Na esteira do que Vilson Rosa conhece sobre serviços hidráulicos, do que ele sabe sobre os corredores da Companhia Riograndense de Saneamento e da estrutura para distribuição de água ele faz duas sugestões bem interessantes.
Para o leigo que escreve esta matéria, soa como boas sugestões para que a prefeitura de Gravataí inclua nos itens a serem seguidos pela empresa que vencer a licitação da água, e que ainda está em gestação.
Um:
– Que a empresa vencedora do processo realize a substituição do que ainda resta dos canos de cimento empregados na rede de distribuição, bem como das tubulações de fibrocimento (amianto), materiais amplamente empregados na rede.
– Que tal substituição seja pelo material termoplástico conhecido como Pead (segundo Vilson!) como já vem sendo feito em muitos lugares, inclusive pelo Departamento Municipal de Água e Esgoto de Porto Alegre, o Dmae.
– Importante considerar que o material termoplástico tem vida útil infinitamente superior ao plástico, ao PVC usado atualmente, ao fibrocimento e aos canos de cimento propriamente dito.
– Mais do que isso, a rede de material termoplástico não tem emendas com utilização de colas, vedantes de borracha ou outros produtos, sujeitos à ação do tempo – como a corrosão! – e que podem se romper facilmente.
Dois:
– Também que a empresa vencedora da licitação realize a implantação gradativa dos chamados registros de passagem, igualmente empregados em larga escala pelo Dmae, em Porto Alegre.
– Justificativa: os tais registros de passagem teriam evitado que, quando se rompeu a tubulação na parada 66, há uma semana, 22 bairros de Gravataí tivessem ficado sem água por três dias.
Depende da sistemática adotada, mas com os registros pode ser isolada a área do problema e uma região mínima, nas imediações. Na Europa isso é prática comum. Nos Estados Unidos, da mesma forma.
Por que não?
— Se esse material (o termoplástico) é utilizado pelo Dmae, aqui em Porto Alegre, por que não pode ser também em Gravataí? — questiona o instalador hidráulico, lembrando que na capital o Pead já vem sendo empregado há cerca de 10 anos.
Ele conta também sobre os registros de passagem:
— No bairro Sarandi (Porto Alegre) sei que tem pelo menos quatro destes registros que impedem que toda a região fique sem água enquanto é necessário fazer um conserto em determinado ponto da rede.
Na avaliação de Vilson, apenas evitando as perdas de água tratada por causa dos vazamentos e dos rompimentos na rede, a Corsan poderia recuperar o investimento nestes materiais a curtíssimo prazo.
De gestão
Atualmente se recuperando de uma pneumonia e saindo nesta tarde (12/12) para duas semanas de férias em Arambaré, Vilson Pereira da Rosa garante: a Corsan tem sérios problemas de gestão.
Ele acha que é muito cacique para pouco índio, ou seja, a companhia tem uma estrutura administrativa inchada e cara mas pouca gente na área operacional, com recursos escassos para investimento e menos ainda para aplicar tecnologia de ponta.
— Olha só: as bombas de recalque, em Gravataí, estão sempre pifando! Como pode não ter bomba reserva para usar numa emergência, prejudicando toda comunidade? — argumenta.
Falta d’água
De novo, e pela quarta vez desde setembro passado, falta água em Gravataí e Cachoeirinha por tempo prolongado. Desta feita, segundo a assessoria de comunicação da companhia, foi por culpa de um acidente.
Um caminhão teria batido em um poste e causado falta de energia na Estação de Tratamento de Água (ETA) em Cachoeirinha. Foi pela manhã. Agora no final da tarde já estaria faltando água em pelo menos 40 vilas e bairros das duas cidades.
Nota pública
As 15h27min desta tarde a Corsan publicou esclarecimento em seu site oficial dizendo que a regularização do abastecimento de água deveria ocorrer na noite desta segunda. Aos consumidores, inicialmente, informou que a normalização se daria até as 18h.
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