O vilãozinho bate o pé mimadinho, seu balão, quer que quer
Não respeita a idade
Não respeita o trânsito
Não respeita o trabalho alheio
O vilãozinho tem sua princesinha
Ao seu lado ouvindo um sertanejo que fala do manejo de seu corpo
Como máquina de mau uso e desejo
O vilãozinho possui um possante
Mas não tem dinheiro prum balãozinho vermelho
Mimadinho, seu balão, quer que quer
E leva, como num faroeste, arrastada a pobre mulher
A vendedora
De 63 anos
Que fica feliz em ficar viva
Apesar dos danos
O vilãozinho olha pelo espelho
A vendedora
De 63 anos
Ao ar como um pacote no tráfico
E aliviado por não ser parado
Atravessa o sinal vermelho.