política

Sobre o político de Gravataí suspeito de assediar adolescente; O comunista e as criancinhas

Imagem publicada em sites catarinenses viralizou nas redes sociais de Gravataí

Pedem-me para comentar o caso do motorista de aplicativo, candidato a vereador de Gravataí na eleição de 2020, preso em flagrante por ato obsceno e depois liberado, em Camboriú, Santa Catarina. O suspeito era um de meus críticos no Grande Tribunal das Redes Sociais, daqueles que postava xingamentos em artigos que eu publicava no Seguinte:.

Antes um pouco de contexto.

Conforme o Diarinho, uma adolescente de 17 anos denunciou um homem que, de dentro de um veículo, chamou-a pedindo as horas na tarde de sábado e, conforme ela, estaria sem roupas e teria tentado puxá-la para dentro do carro.

A adolescente correu e pediu ajuda ao pai, que parou uma viatura da Polícia Militar que encontrou o suspeito no mesmo lugar. O homem de 40 anos se apresentou como motorista de aplicativo, foi detido, assinou Termo Circunstanciado por ato obsceno e foi liberado.

O branco de barbinha bem recortada e roupinha boa, algemado e sentado no chão das fotos de jornais e sites de SC, apagou seus perfis nas redes sociais, onde aparecia ao lado da filha bebê. Mas prints circulam, mostrando seu slogan de campanha, “Endireita Gravataí”, e sua identificação como cristão, bolsonarista, adepto da castração química, pena de morte e do “bandido bom é bandido morto”.

Mesmo enojado, mantenho a mesma posição que tenho em qualquer caso envolvendo políticos ou qualquer outra pessoa. Não sou brigadiano, delegado, promotor ou juiz, então não prendo e nem condeno ninguém por antecipação ou pela cor da cueca – ou por estar sem cueca.

Aguardemos o devido processo legal.

Inegável que o suspeito em questão já experimenta de pré-julgamentos que sempre ajudou a alimentar no Grande Tribunal das Redes Sociais, incentivando preconceitos e a antipolítica que permite aos políticos não mais que a presunção de culpa.

Já li comentários falando em linchamento – físico mesmo, porque o linchamento moral já açoita o rapaz e, acredito, principalmente sua família. Mesmo que a Polícia Civil não tenha divulgado sua identidade, internautas já se encarregaram de expô-lo – da mesma forma que talvez o próprio estivesse pedido nas redes sociais, por exemplo, ao ler alguma reportagem sobre um potencial estuprador onde o nome e a foto não fossem divulgados.

Não vou cometer a baixaria de dizer que o comunista que gosta de ‘comer criancinha’ não sou eu, até porque essa expressão evoca trágicos períodos de fome na China e URSS onde, e só os canibais poderiam confirmar se foi verdade, ou apenas propaganda anticomunista, crianças viraram alimento.

Não defendo também o suspeito seja morto, caso confirmado bandido. Que pague conforme a lei ou, se injustiçado, cobre a conta de quem é devido.

Ao fim, parafraseando Millôr, há comportamentos de ‘cristãos’ que falam com tanta convicção em Deus que a gente se convence que Deus não existe.

O inferno é aqui.

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