Nesta época do ano é tradicional a realização de campanhas do agasalho. Li, certa vez, em uma faixa: “Doe enquanto durar sua generosidade”. Nossa generosidade tem limite? Acho que é possível responder afirmativamente, pois não podemos dar tudo que temos.
Quem é generoso não espera nada em troca, nem pagamento ou recompensa. Nesse sentido, as campanhas do agasalho seguem esses princípios, pois são doações anônimas e, em geral, não se sabe quem usará o que foi doado.
Quando faço doação de roupas ou calçados, cuido para que estejam em condições de serem usados de imediato por quem as receber. É preciso distinguir o que pode ser doado e o que deve ser descartado no lixo. Também aqui precisamos nos colocar no lugar do outro.
Muitas outras campanhas usam como mote a solidariedade. Expressões e práticas dão conta de que somos solidários. De acordo com o dicionário, a palavra "solidariedade" também é usada para designar um sentimento, ou a união de simpatias, interesses ou propósitos entre os membros de um grupo.
Exemplos não nos faltam, especialmente nestes últimos dias em que as chuvas deixaram desabrigados por todo o Estado. Uma corrente de solidariedade se formou. São muitas pessoas e grupos que se organizam para ajudar.
Solidariedade não é só ajudar ao próximo. É dividir o que sabemos. É compartilhar informações, coisas que aprendemos. É ter interesse pelas pessoas. Ser solidário é apoiar o próximo a não ser enganado, a ter uma vida digna.
Gosto de uma definição lida, não lembro onde, que na filosofia budista oferecer amor, proteção, consolo, coragem e coisas materiais são formas de generosidade.
Generoso ou solidário, não importa. O que vale é ver uma pessoa que precise, sendo alimentada e protegida. A expressão “calor humano” pode ser traduzida em atos individuais ou coletivos de respeito à vida.
No frio do inverno, sob a chuva e vitimados por cheias, muito precisam de nós, que temos mais do que precisamos.