Ao parar o carro em uma sinaleira, em Porto Alegre, alguns dias atrás, fui abordado por três criancinhas que mal sabiam falar o tradicional “dá um troquinho aí, tio”. Uma triste cena que ocorre com maior frequência.
Mas, dessa vez, o choque foi maior, pois as crianças eram muito pequenas e formavam uma escadinha de irmãos. Não foi difícil localizar a mãe deles, próxima dali, com outro irmãozinho menor ainda ao colo.
É cada vez mais difícil aceitar a triste realidade da existência de pessoas que vivem em condições de vida miserável e sem perspectiva nos subúrbios, periferias, favelas e não é mais só nas grandes cidades.
Sempre fiquei em dúvida se deveria ou não dar esse tipo de ajuda, embora acredite que para essas pessoas envoltas na desesperança e na absoluta falta de perspectivas, a solução esteja no exercício da solidariedade.
Uma lição de casa que temos dificuldade em aprender é que a falta de solidariedade gera violência na mesma medida e proporcionalidade.
Todos aqueles que possuem a capacidade de mudar, de fazer algo melhor para todos e não apenas para alguns poucos, podem e devem tomar atitudes que produzam a mudança.
Atitudes que possam trazer uma perspectiva concreta de melhora, de modo total e diametralmente oposto aos atuais.
Faz-se uma força enorme na tentativa de esquecer quem realmente somos, ou seja, seres humanos que vivem em coletividade e que carecem da solidariedade para ter uma vida melhor.
Não é apenas a falta de comida, a falta de abrigo, a falta de emprego, mas também a falta de perspectiva, a falta de esperança e a falta de fé que nos deixa cada dia mais distante de nós mesmos.
Está mais do que na hora de encontrar soluções para essa questão tão complexa. Será que os governantes sejam da esfera federal, estadual ou municipal realmente se preocupam em trabalhar para minimizar a miséria humana?
Os políticos, independente do partido, com todo o poder que dispõem, através de projetos de lei, emendas, destinação de verbas, realmente querem acabar com a desesperança desses miseráveis?
A impressão é que no final das contas, o que de fato importa são os interesses de alguns, de poucos, que possuem muito, com ações que tem significado apenas para quem tem muito e que quer sempre ter mais.
Pelo visto, tudo continuará exatamente como está por muito tempo ainda.
Para refletir…
"É inevitável perdoar erros quase imperdoáveis, tentar substituir pessoas insubstituíveis e esquecer pessoas inesquecíveis. Fazer coisas por impulso, se decepcionar com pessoas que nunca se pensava se decepcionar, mas, também é possível ter decepcionado alguém. Abraçar pra proteger, dar risada mesmo quando não se pode, fazer amigos eternos, amar e ser amado, mas, também ser rejeitado, ser amado e não amar. Gritar e pular de tanta felicidade, viver de amor e fazer juras eternas, ”quebrar a cara“ muitas vezes! Chorar ouvindo música e vendo fotos, ligar só pra escutar uma voz, se apaixonar por um sorriso, pensar que fosse morrer de tanta saudade e ter medo de perder alguém especial (e acabar perdendo)! Mas viver! Não apenas passar pela vida… Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida e viver com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é MUITO para ser insignificante".