Se o PSB não for uma agência do Sine administrada por José Stédile, segunda-feira Vicente Pires limpa as gavetas na Secretaria de Obras e Habitação do Rio Grande do Sul. Indicações do partido para o governador Eduardo Leite, o ex-prefeito de Cachoeirinha entre 2000 e 2008 é o secretário estadual e seu sucessor o adjunto. Não bastou os dois, que tem os mais altos salários do PSB no Estado, restarem ausentes da convenção que confirmou a reeleição de Miki Breier. Agora Vicente conspira contra Miki e Stédile não menos do que silencia.
Se nada fizer, fica evidenciado que Stédile, que é presidente estadual dos socialistas, concorda com os compartilhamentos e comentários de Vicente em postagens dos adversários de Miki na eleição, como Rubinho Ohlweiler (PSL), João Paulo Martins (PP), Ibaru Rodrigues (Republicanos), Jack Ritter (Cidadania) e Nelson Martini (PTB), todos políticos que nos últimos meses mostraram uma tara por denúncias, golpeachment e CPIs, como tratei em uma série de artigos com O pedido do delegado da corrupção à CPI do Hospital de Campanha.
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Analiso.
Desde que Miki sentou na cadeira do insalubre prédio da Prefeitura, talvez apenas a torcida do Cruzeirinho soubesse, porque era uma articulação restrita aos bastidores. Hoje já está escancarado: Vicente é o titereiro de um frentão de oposição a Miki. Não bem oposição, mas ‘Situação B’, como bem apelidou o Agente Kauer (REDE), já que todos usaram e abusaram de governos do PSB até pelo menos o fim do ano passado.
Errei acertando em Vicente candidato a prefeito pelo Republicanos; Printe & Arquive na Nuvem, artigo que publiquei em 4 de janeiro deste ano.
Vicente joga com os nomes de Rubinho, João Paulo e Nerisson Oliveira como prefeituráveis. A ex-socialista Jack, hoje ideologicamente perdida entre San Juan e Mendoza, também é cotada para vice dos candidatos bolsonaristas, mas deve concorrer a vereadora.
Tudo pode acontecer nos próximos dias, com convenções adiadas, ou delegações de decisões para que as direções municipais definam as candidaturas. O mais refratário ao ‘frentão’ é o delegado João Paulo, que saiu do PSL brigado com o presidente Nereu Crispim, que de forma familiar comanda o partido e indica CCs, e tem ser identificado com conchavos partidários e, principalmente, com um ex-prefeito socialista, como ao menos ainda o é Vicente, e tratei em Prefeiturável bolsonarista foi CC de socialista; a hipocrisia da antipolítica.
Ao fim, se a conspiração ainda não tem uma prova cabal, como um vídeo ou um áudio, os posts mostram a associação entre Vicente e a 'Situação B' para detonar Miki. Fosse na época pré-redes sociais em que Stédile governava Cachoeirinha, e um CC distribuísse panfletos de adversários denunciando corrupção em governo do partido, seria chamado para conversar. Fosse no período de Vicente, seria demitido.
A não ser, como instigo na abertura do artigo, que o PSB Estadual seja uma agência do Sine, que distribui cargos e empregos, e não sustente politicamente a candidatura do prefeito de uma de suas maiores cidade no Rio Grande do Sul.
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