O primeiro suplente de vereador de Gravataí Neri Facin (PP) apresentou ao partido pedido de cassação do vereador eleito Hiago Pacheco e do suplente Junior Bocão por infidelidade partidária.
Neri, que é ex-vereador e ex-secretário municipal, acusa os dois colegas de sigla de, na eleição para a Prefeitura de Gravataí em 2024, terem apoiado o ex-prefeito Marco Alba (MDB) e não a reeleição de Luiz Zaffalon (PSDB), candidato definido em convenção pelo PP.
Em caso de expulsão, com confirmação pela justiça eleitoral, Neri é quem assume o mandato de vereador.
Antecipei a polêmica ao divulgar documento que supostamente liberaria os dois para cometerem a dissidência, e o presidente Roger Correa alegou ser uma fraude, em PP nega existência de documento liberando vereador eleito de apoiar Zaffa durante a eleição de Gravataí; A fraude e o fantasma da cassação e em artigos relacionados no texto.
Além de Hiago (1.332 votos), o PP, quarto partido com mais votos à Câmara de Vereadores com 13,131 votos, reelegeu Roger (2.973 votos) e Evandro Coruja (2.057 votos).
Siga os documentos e, abaixo, o que dizem – ou não revelam – ao Seguinte: Neri, Hiago, Bocão e Roger.
Neri apenas confirma que apresentou os pedidos de expulsão e que o documento a que o Seguinte: teve acesso é verdadeiro.
O ex-vereador disse ainda que, se o PP negar o pedido, vai buscar judicialmente a cassação dos mandatos seguindo a legislação eleitoral sobre infidelidade partidária.
Roger Correa também confirma o recebimento dos documentos e, “seguindo o estatuto partidário”, a abertura de processo em comissão de ética.
O presidente, porém, informa que já conversou com Hiago e aguarda para a primeira sessão do ano, em 4 de fevereiro, o anúncio do vereador de que seguirá o partido na base do governo Zaffa.
– Não é hora de dividir e sim de somar. É meu esforço. Já conversamos – disse.
Hiago disse ainda não ter sido notificado sobre o pedido de expulsão. Sobre aderir ao governo, o vereador confirmou ter conversado com Roger, mas ainda não ter definição.
– Com o governo nunca conversei – disse o vereador de primeiro mandato.
O suplente Bocão não respondeu ao contato do Seguinte: até o fechamento deste artigo.
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Ao fim, é polêmica política e jurídica certa.
O glossário publicado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) diz que: “A infidelidade partidária se dá quando um político não observa as diretrizes da agremiação à qual é filiado ou abandona o partido sem justificativa. A fidelidade partidária, por sua vez, é uma característica medida pela obediência do filiado ao programa, às diretrizes e aos deveres definidos pela sigla, ou ainda pela migração de um partido para outro”.
Como toda lei, é sujeita à ‘loteria de toga’.
Essa, feita pelos políticos com nuances de auto-proteção, como toda ‘reforma política’, mais ainda.
Aguardemos, enquanto os bastidores sussurram e os advogados faturam.
Assista abaixo um clipe de 2 minutos da posse dos eleitos e, em seguida, o vídeo completo de 20 minutos produzido pela SEGUINTE TV