O governo estadual suspendeu mais uma vez a captação de água por fazenda de arroz de Viamão que drena do Rio Gravataí o equivalente ao abastecimento de mais de 75 mil pessoas.
“O empreendimento irrigante estava realizando o uso irregular de recursos hídricos, tanto pela captação direta no Rio Gravataí, suspensa na data da fiscalização, quanto pelo uso do canal sem a devida autorização do Quilombo da Anastácia”, diz parecer assinado nesta terça-feira pelo diretor do Departamento de Gestão de Recursos Hídricos e Saneamento, Carlos José Sobrinho da Silveira.
Conforme o DRHS, o ponto de bombeamento, assim como os canais utilizados para captar água no Rio Gravataí, estão situados em área pertencente ao Quilombo da Anastácia.
“Diante disso, o Departamento de Recursos Hídricos e Saneamento (DRHS), no exercício de
suas atribuições legais, determina a SUSPENSÃO IMEDIATA da captação de água realizada no ponto de coordenadas geográficas -30,004438, -50,923675. A suspensão deverá perdurar até que seja apresentada a anuência formal do Quilombo da Anastácia, conforme requerido no Ofício Nº 148/2025 – GAB/DIOUT/DRHS/SEMA”, determina a normativa de ontem.
Em janeiro de 2023, a fazenda de 2,5 mil hectares, que é uma das maiores produtoras de arroz do Rio Grande do Sul, já teve a captação suspensa pelo suposto desvio de água do Canal do DNOS e do chamado “pulmão” do banhado que fica junto ao Assentamento Filhos de Sepé.
O volume de água retirada seria equivalente a mais da metade da Estação de Tratamento do Passo dos Negros, em Gravataí, responsável pelo abastecimento de 150 mil pessoas, que é de 365 litros por segundo, como o Seguinte: reportou na série “Guerra da água”, em artigos como ‘Guerra pela água’: como foi operação que desencadeou investigação sobre mega lavoura de arroz suspeita de usar bombeamento equivalente à metade da captação da estação do rio Gravataí; Veja imagens.
Até o fechamento deste artigo não foi possível contato com representantes da fazenda.