crise do coronavírus

Tecnologia de Cachoeirinha ajuda a ’multiplicar’ respiradores

Professor mostra um dos dispositivos criados pela faculdade

A falta de recursos estruturais e financeiros compromete todos os níveis de atenção da Saúde Pública no Brasil. São dificuldades que representam riscos ainda maiores diante da velocidade com a qual o coronavírus se alastra pelo país. Tendo em vista essa realidade, se multiplicam as iniciativas para garantir que profissionais da saúde atuem com mais segurança, e para que os pacientes tenham o suporte necessário em seus tratamentos. E uma dessas ações se desenvolve aqui na região.

A Cesuca – Faculdade Inedi, aqui de Cachoeirinha, se mobilizou para apoiar o Sistema Único de Saúde durante a crise da COVID-19. Dois projetos estão em prática e focam no desenvolvimento de equipamentos de proteção individual e de peças para ampliar a capacidade de uso dos ventiladores mecânicos, popularmente chamados de respiradores.

– Começamos a pensar como utilizar o que temos para, de uma certa forma, ajudarmos. Junto com os colegas da faculdade, formamos uma rede com outras instituições, como UFRGS e Unisinos, por exemplo – conta o professor do curso de Gestão da Inovação e Empreendedorismo da Cesuca, Luiz Lentz Junior.

A ideia surgiu após viagem do docente à Itália no início deste ano. A experiência de ter presenciado o início da pandemia na Europa foi o ponto de partida para a ação solidária no retorno ao Brasil.

– Na época eu pensei que não iria demorar muito para estarmos na mesma situação. Nós não temos a estrutura hospitalar da Europa, e algum tipo de solução tinha que ser dada – recorda o professor.

O trabalho começou com a adaptação de máscaras de mergulho para uso nos respiradores. Em seguida, evolui para a busca de meios para potencializar a capacidade dos equipamentos, de forma a atender mais pacientes simultaneamente.

 

: Lentz Jr mostra tipo de máscara objeto do estudo

 

– Foi uma alternativa usada na Itália, pela falta de respiradores. Em vez de um por pessoa, lá divide-se um (ventilador mecânico) para oito pacientes. Então, desenvolvemos peças no laboratório da faculdade para replicar a ideia aqui. São componentes feitos em impressora 3D em cerca de duas horas que ampliam a capacidade dos equipamentos sem maiores investimentos – resume Luiz Lentz Junior.

A iniciativa, que reúne docentes, coordenadores e estudantes da faculdade, também desenvolve viseiras para a proteção facial dos profissionais de saúde. Toda a produção será doada para hospitais, clínicas e postos de saúde das cidades da região.

: Viseiras produzidas pelo projeto

 

 

Busca por apoio

 

Atualmente, são confeccionadas cerca de 40 peças por semana. Por isso, a Cesuca iniciou uma rede de trabalho, captando apoio de universidades e empresas voluntárias para ampliar a produção.

– Sabemos que a demanda é maior que a nossa capacidade, por isso estamos buscando apoio. Imaginamos que aqui nos distritos industriais de Cachoeirinha e Gravataí, por exemplo, temos empresas com impressoras 3D que estejam com suas produções paradas e que podem colaborar – afirma o educador.

 

COMO AJUDAR

O projeto necessita de doações de matéria-prima, como acetato para as máscaras. Empresas ou pessoas com impressoras 3D também podem se disponibilizar para a confecção dos componentes.

Quem tem condições de colaborar pode fazer contato por meio da página www.fablabsocial.com. Lá é possível cadastrar uma impressora, doar insumos ou até mesmo solicitar doações dos EPIs produzidos.

 

Confira em vídeo a entrevista completa com o professor Luiz Lentz Junior

 

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