Há um ano, comuniquei: seremos quatro.
O quanto de expectativa cabe em um verbo conjugado no futuro é tarefa difícil de medir. Imaginei se seria menino ou menina, se teria olhos grandes, se a gravidez seria tranquila, se o parto seria difícil, se meu filho Augusto teria ciúmes, se eu lembraria como ser mãe de um bebê.
Passei o ano no gerúndio: esperando.
Desde outubro, atualizei a conjugação. Hoje somos. Somos quatro. Tempo presente. A minha conjugação, entretanto, tem uma variante: presente perfeito.
O pretérito – fomos três – teve tudo de lindo, foi um período augusto.
Mas agora que somos quatro, conjugo tudo no presente perfeito – mais que perfeito. Mesmo com todo o trabalho que pode caber na definição de perfeição.
Ser é infinitivo.
Ser família é infinitivo infinito amor.