A bateria do celular de Alex Peixe descarregou tantas foram as ligações que recebeu após a divulgação, na tarde de ontem, da reportagem do SEGUINTE: fazendo projeções e revelando articulações para Cláudio Ávila ser o vice de Daniel Bordignon.
A notícia também surpreendeu o meio político por Ávila ter sido o mentor do impeachment que cassou a prefeita Rita Sanco (PT) e por, nas eleições de 2012, ter feito uma sustentação oral no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) defendendo a impugnação de Bordignon – o que tornou-se realidade.
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Para quem não sabe, na janela de troca de partidos de abril, Peixe deixou o PT, entrou no PDT e já foi apresentado como candidato a vice do ex-prefeito, numa articulação do próprio Ávila, hoje vice-presidente, mas o homem que dá as cartas no partido.
Dias depois, Bordignon também deixou o PT e se filiou aos trabalhistas.
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Aos que viram Peixe ontem, ficava nítida no rosto a expressão de decepção.
Hoje, o vereador abriu o dia com uma nada enigmática postagem no Facebook:
Pouco depois, conversou pessoalmente com Ávila, assumiu uma poker face e preferiu um discurso político, cuidadoso com as palavras, mas onde defende sua permanência como candidato a vice:
– A política é muito dinâmica e a conjuntura muda muito rápido. O objetivo do PDT é ganhar a eleição com o Bordignon e construir uma aliança ampla, que possa fortalecer nosso projeto político para a cidade.
– A indicação do vice não está definida ainda, mas se apresentarmos uma chapa pura, meu nome é o mais forte por ter passado pelas urnas e morar numa região onde temos 40 mil eleitores – lembra o morador das Águas Claras, na região da ‘Grande Morada do Vale’.
– Não podemos esquecer que teremos uma candidata a prefeita e um candidato a vice da região – observa, falando de Anabel Lorenzi (PSB) e de Alemão da Kipão (PSD), vice de Levi Melo (PSD).
Ser o indicado para vice era uma coisa tão sacramentada para Peixe que, além da esposa Rose já estar fazendo campanha como candidata a vereadora, em seu perfil traçado pelo SEGUINTE: e publicado há uma semana, ele falava em tom de despedida e até certa decepção com as funções legislativas:
– Eu, como o pai, estou na política para tentar fazer as coisas para a nossa comunidade. Nosso bairro é de classe média-baixa, precisa do básico. Na Câmara, me sinto no meio do caminho, não tenho ferramentas para atender às pessoas. Muitas coisas dependem da Prefeitura, e fui oposição durante todo esse governo. No Executivo, vai dar para ir lá e fazer – disse.
Ao apontar “um arrependimento na vida pública”, Peixe foi ainda mais direto:
– Admito: não estou contente. O legislativo é muito limitado. Queria poder fazer mais pelas pessoas.
Confirmada a passagem relâmpago de Peixe como candidato a vice, ele terá vivido sensações semelhantes às do pai, Carlinhos Medeiros, que foi vereador por quatro mandatos, e nome sempre lembrado, sem nunca confirmar, para vice de Bordignon.
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PDT: vice só na convenção
– O diretório municipal só vai se pronunciar após a convenção partidária, no dia 23 julho – limitou-se a dizer, em nota, o presidente do PDT de Gravataí, Humberto Reis, ungido ao cargo pelo próprio Ávila, de quem é amigo íntimo.
Em nota distribuída hoje, onde faz referência à matéria do SEGUINTE:, o PDT confirma apenas o lançamento de Cláudio Ávila a vereador, numa “convocação de Daniel Bordignon”, feita em reunião na sede do partido, segunda-feira à noite, com 50 pré-candidatos e a presença com presidente estadual Pompeo de Mattos.
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Ávila não diz não
Cláudio Ávila disse que só vai se manifestar publicamente no dia 12 de maio, quando fará uma reunião com apoiadores.
À tarde, fez postagem no Facebook onde não é peremptório ao afastar a possibilidade de ser ele o vice:
