No lançamento de um livro de Mário Quintana, em Porto Alegre, um político abraçou-o efusivamente e, tratando de demonstrar intimidade, falou, para que todo mundo ouvisse: “Gosto muito dos seus versinhos!”.
E o poeta, que era rápido no gatinho, respondeu: “E eu das suas opiniõezinhas!”.
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Mario Quintana contava que, quando era jovem, ele e o poeta Athos Damasceno Ferreira viviam na Duque de Caxias, em Porto Alegre, e que adoravam inticar um com o outro, disputando o título de melhor poeta da rua.
Um dia, ele disse a Damasceno que tinha razão: o melhor poeta da rua era mesmo ele. O outro, todo orgulhoso, agradeceu-lhe por admitir a verdade, mas Quintana concluiu: “Sim, agora és o melhor poeta da Duque, porque acabo de me mudar para a Riachuelo”.
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Mario Quintana caminhava com sua sobrinha Elena pelo Centro de Porto Alegre. De repente, cruzou a rua sem se dar conta de que vinha um carro, acabou atropelado e desmaiou.
Minutos depois, ao recobrar os sentidos, o poeta perguntou à sobrinha em tom desesperado: “Elena, anotaste a placa daquele carro?“. E ela, constrangida, explicou-lhe que não, pois o motorista que o havia atropelado era quem o estava levando ao Hospital de Pronto Socorro e que, portanto, não era o caso de registrar ocorrência policial.
Ao que o poeta, impaciente, arrematou: “Mas quem é que está falando em registrar ocorrência, Elena? O que quero é que anotes a placa para jogar no bicho!”.