DIA DAS MÃES

Em Gravataí, um evento especial para mães enlutadas

O jornalista Cláudio Wurlitzer envia artigo ao Seguinte: sobre um emocionante evento promovido em Gravataí


Estamos na semana que culmina com o Dia das Mães. Data marcante na vida de todos. Dia de dar abraços, presentes e almoçar em família. Mães são lembradas por tudo que fizeram e ainda fazem na vida de seus amados filhos. Mas nem sempre todas as mães são lembradas. Entre elas, as que perderam filhos prematuramente, seja por uma doença ou mesmo por uma inesperada tragédia; uma brutalidade inconcebível.

São as mães enlutadas. Sim, mães que sofrem porque não conseguem preencher o vazio no peito diante da perda de um filho.

Com este foco, Denise Dutra resolveu organizar um evento especial, dedicado principalmente às mães enlutadas. Foi neste sábado (3), no espaço cedido pelo Sindilojas Gravataí. Foram 80 mães que aceitaram o convite da Denise.

Antes de seguir detalhando o encontro, cabe responder a uma pergunta. A resposta, por si só, começa a justificar a ideia que ela teve: quem é Denise Dutra?

Ela lançou na Feira do Livro de 2023 o livro “MÃE, AMOR E JUSTIÇA’ , a partir da experiência vivida com a perda do filho Luciano Júnior, aos 19 anos, criminosamente atacado em um assalto no retorno do trabalho para casa.

Com muita força de vontade, apoio da família e acolhimento de pessoas que também passaram pela mesma dor, Denise não se sentia só. E com esse sentimento, percebeu que poderia ajudar pessoas sobrecarregadas, perdidas.

Assim, criou um projeto pensando em acolher e incluir todas as mães nessa data tão significativa que é o Dia das Mães.

Atuando no grupo Death Café, um espaço de acolhimento para conversar sobre o luto, liderado em Gravataí por Tânia Marcelino, a escritora Denise Dutra foi em frente e mobilizou um grupo de apoio para realizar o esperado dia especial.

“Foram anjos enviados por Deus”, disse, na abertura do evento.

Na verdade, são pessoas que compreendem a importância desse acolhimento.

Denise lembrou que todos os anos se vê a alegria na comemoração do dia das mães, mas que uma parte acaba sendo esquecida: as mães enlutadas. Relatando a tragédia do assassinato do filho cheio de sonhos a realizar, Denise contou que não sabia como lidar com tal situação. Com o apoio recebido, seguiu a caminhada sabendo que precisaria conviver com a dor.

Para a mãe do Júnior, compartilhar as experiências era a sua missão. E assim promoveu, gratuitamente, o encontro para encorajar mães que sofrem com a tristeza de uma perda.

Com apoio da Banda Plano B – Gica Florêncio e Elaine Fialho – na animada tarde, a programação teve a psicóloga Magali Oliveira abordando “Saúde mental e acolhimento “. Diversas manifestações emocionadas proporcionaram momentos de reflexão sobre o convívio com o luto sem fim.

Tânia Marcelino e Suzana Andrade falaram sobre a proposta do Death Café, um espaço de acolhimento às pessoas sobre o luto. As experiências relatadas certificam que a superação ajuda a amenizar a perda e a preencher vazios.

A especialista em Terapias Alternativas, Mirian Valentim da Silva, abordou maneiras que ajudam a encontrar o equilíbrio físico e emocional em momentos difíceis da vida, principalmente resgatando energia e vitalidade.

Ao agradecer pela acolhida que o projeto teve, Denise Dutra destacou que a busca por apoio é fundamental nessa difícil aceitação diante de perdas quando menos esperamos.

Confesso que o evento me proporcionou uma emoção muito forte.

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