na feira

Um furacão chamado Léia Cassol

Autora de quase 70 livros encantou as crianças na Feira | EDUARDO TORRES

Ela passa como um furacão, transpirando energia pelo palco do Teatro Fernanda Takai, na Feira do Livro de Gravataí. A começar pela recepção. No melhor estilo pop star, a escritora Léia Cassol é recebida aos gritos por uma plateia de crianças, acredite, sedentas por histórias e atraídas pelos livros. 

Léia e o fiel escudeiro, Jonny Pedra, armado com seu violão, dão o tom do que, na programação da feira, era um encontro com o escritor. Mas é muito mais do que isso. Algo entre o show e o teatro, tendo como fio condutor as histórias. É assim, musicando e com olhos arregalados de atenção na plateia, que a paranaense — gaúcha por adoção — durante quase uma hora embalou o conto da Chapeuzinho Vermelho como algo inédito e nem um pouquinho desgastado pelo tempo. No intervalo entre duas sessões absolutamente enérgicas, a Léia conversou com o Seguinte:

 

LEIA TAMBÉM

NA FEIRA | A trilogia do escritor independente de Gravataí

NA FEIRA | Aberta a Feira do Livro com um sopro de cultura

NA FEIRA | Letra, música e debates quentes na Feira do Livro de Gravataí

 

— Sonorizar a história é uma das receitas, mas principalmente falar a linguagem deste público é fundamental para manter viva a leitura e os livros. Porque, em relação às mídias que hoje existem, a concorrência acaba sendo muito grande ao livro, e ele não fala contigo. Minha missão é trazer as crianças e os adolescentes para o livro. Eles saem daqui dispostos a procurar o livro, e aí, nós ganhamos novos leitores — ensina.

Desde 1998, Léia Cassol já lançou 69 livros. Perdeu as contas de quantas escolas adotam as suas obras na educação dos pequenos. Já foram mais de 400 lugares entre o Rio Grande do Sul e outros estados no currículo, com apresentações como a de Gravataí.

A cidade, aliás, tem um lugar especial nas lembranças da autora. Foi aqui, na altura da parada 69, onde ela primeiro morou, em 1990, ao vir para o Estado. Não permaneceu muito tempo, mas foi enquanto morava aqui que esta sinergia para contar boas histórias — e cativar a atenção dos pequenos — começou a aflorar.

— Cheguei no Rio Grande do Sul com 16 anos, e trabalhava vendendo livros em feiras para uma editora. Ora, a forma como eu achei de atrair as crianças para os livros que nós vendíamos era contando uma parte da história. Em pouco tempo, elas cercavam a banca, Foi algo que eu fui desenvolvendo, principalmente, pela minha paixão pelos livros desde criança — explica.

A arte de contar histórias, em pouco tempo, ganhou as salas de aula de Porto Alegre e, oito anos depois da chegada em solo gaúcho, Léia Cassol lançou seu primeiro livro "Um Dia Especial", onde apresentava as belezas de Porto Alegre. E foi como uma porta que se abriu para ela em busca de diferenciais que hoje fazem dela uma marca quando o assunto é literatura infantil e infanto-juvenil.

Léia especializou-se na cultura e no folclore gaúcho. São mais de 15 livros sobre o Rio Grande do Sul. E, em 2002, com o marido Gilmar Cassol, entrou definitivamente no mercado editorial, criando a Editora Cassol. Uma missão árdua em um mercado que sofre para se manter de pé no Brasil.

— O diferencial é que, eu costumo dizer, que nós não vendemos livros. Nós vendemos atividades, bem estar e encantamento. Se pensar na literatura só como um livro e uma história que não é atraente, fica muito mais difícil — comenta.

 

: No final da apresentação, ela, literalmente, cai nos braços da gurizada | EDUARDO TORRES

 

Entre 69 títulos, Léia e os seus personagens, como o Beto e a Fê, ou a Menina do Cabelo Roxo, já viajaram por temáticas das mais variadas. Esgotou a fonte? Jamais.

— Eu não diria que existe algum tema que eu sonhe em escrever e ainda não fiz. Não escrevi até hoje sobre trânsito, por exemplo, e é interessante. Mas, muitas vezes, as ideias e os temas surgem da própria conversa com as crianças nas escolas. Eu escuto algum assunto, ou eles sugerem aquilo que está entre os seus interesses naquele momento. Essa troca é fundamental — avalia a escritora.

E a interação está longe de ser jogo de cena deste verdadeiro furacão. No final da apresentação, Léia Cassol desce do palco, tira fotos com as crianças e beija uma por uma. Carinho que, se nota pela conversa entre os pequenos na saída, multiplica-se na forma de leitura. De novos leitores.

 

CONFERE A PROGRAMAÇÃO DO 3º DIA

 

Quarta (dia 28)
 

9h às 18h – Exposição Do Esboço ao Livro. Ilustrações de Catherine de Léon- Quiosque da Cultura
10h – Encontro com o Autor:Marô Barbieri – Quiosque da Cultura
12h às 21h – Troca de Livros – Espaço Cultural SMCEL
12h às 21h – Exposição A Música e suas Tecnologias – Espaço Cultural SMCEL
13h30min às 17h30min – Contação de Histórias -Rosane Castro – Tenda de Histórias Denise Medonha
14h – Encontro com o Autor:Marô Barbieri – TeatroFernandaTakai
15h30min – Apresentação teatral: Famílias Conectadas pelo Amor- Alunos do quarto ano do Colégio GENSA- Teatro Fernanda Takai
16h – Sessão de Autógrafos Coletiva: As Histórias que os Vovôs Contavam- Alunos do quarto ano do Colégio GENSA – Teatro Fernanda Takai
16h – Sessão de Autógrafos: Literatura Contemporânea de Gravataí – Vol. II, de Eduardo Jablonski -Café Inventor do Vento
16h – Espetáculo teatral -As Aventuras do Fusca e a Vela – UEBA -Praça
18h – HappyHour:DiogoDarkie – Sax e Violão – Café Inventor do Vento
19h – Abertura oficial- Café Inventor do Vento
19h30min – Sessão de Autógrafos: Kátia Suman e os Diários Secretos da Rádio Ipanema FM, de Kátia Suman – Café Inventor do Vento
20h – Encontro com a patrona Fernanda Takai, com mediação de Kátia Suman- TeatroFernanda Takai

 

Participe de nossos canais e assine nossa NewsLetter

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Conteúdo relacionado

Receba nossa News

Publicidade