Na quarta e última reportagem da série Lugares – O Morro do Itacolomi como você nunca viu, que é a nova seção de O Melhor de Gravataí, a editoria de boas histórias do Seguinte:, as atrações que o nosso cartão postal oferece: de passeios tranquilos a esportes radicais, além de um ousado plano de criar uma rota jesuítica internacional. A sequência completa das matérias você também pode ler em nossa edição impressa, que já circula com 10 mil exemplares
As belezas naturais do Itacolomi atraem tanto visitantes que buscam um final de semana tranquilo, quanto os que preferem a prática de esportes radicais. O cartão postal da cidade, com seus paredões rochosos, permite a prática de atividades como rapel, escalada, downhill, highline e yoga.
Conforme conta o arte finalista Marcelo Smaniotto, há alguns anos um grupo de amigos em busca de aventura lançou um olhar diferente para o morro e passou a praticar o downhill (descida de montanha) no local.
– Desde meus 14 anos vou ao morro para andar de bicicleta. Hoje por falta de tempo, as descidas nas trilhas acontecem com menos frequência.
Smaniotto lamenta que o interesse do público pela natureza nem sempre venha acompanhado do senso de preservação.
– Acho que o que tem que melhorar é a atitude de quem vai curtir seu lazer. Que junte seu lixo e preserve o que é pra todos – resume.
Quem também reclama do descaso com o patrimônio cultural é o técnico em informática Diego Marques. O jovem costuma curtir o morro sobre uma corda bamba, praticando o highline, versão às alturas do popular slackline. Equilibrado sobre 2,5 centímetros de largura com um abismo abaixo de seus pés, suspenso apenas pelo cabo de segurança, ele conta que o local, por ser considerado de fácil acesso, acaba recebendo muitos visitantes sem educação.
– As pessoas vem, deixam lixo, fazem fogo e também picham por tudo. Eu entrei em contato com uma empresa aqui da cidade que fabrica o produto que remove tintas e nos foi fornecido uma lata grande para ajudar com a remoção. Conseguimos tirar um pouco, mas não adianta, sempre aparece mais.
Diego conta que os escaladores que utilizam o local com mais frequência é que são os responsáveis, na maioria das vezes, por ações de conservação.
– O local sofre com a depredação constante, pois não existe nenhum trabalho de conscientização por parte de administração pública. Acredito que a preservação se faz cada vez mais necessária e para isso é necessário que a população tenha mais informação sobre o Itacolomi.
: Foto DOUGLAS CENTENO
A estudante Jéssica Dias duas vezes por mês reserva um tempo na agenda para sair da rotina e descansar a mente e o corpo. Ela, que costuma praticar yoga próximo aos ‘Cachorrinhos’, relata que usufruir do local é uma prerrogativa de corajosos.
– Eu venho sempre com um grupo, pois não me sinto segura aqui. Todas as vezes que vim, não vi policiamento ou algum tipo de segurança. O grande problema está no pessoal que sobe para beber e assaltar, não que vem aqui para conhecer e escalar.
A moradora do Parque dos Eucaliptos cobra a manutenção do local pelo poder público.
– Diversos projetos poderiam ser realizados envolvendo as áreas da educação, saúde, esporte, cultura, lazer e turismo. Poderiam ser criadas áreas de visitação, com trilhas demarcadas, escadas seguras e lixeiras. A Prefeitura poderia promover um grande debate sobre o uso do morro, passando pelo público visitante até biólogos.
: Foto JUNIOR DAMIANI
Quer conhecer o Itacolomi?
Para quem prefere um passeio mais tranquilo no dia 2 de agosto (feriado de Nossa Senhora dos Anjos) acontece a terceira edição do Partiu Natureza promovido pelo Sesc. O evento é uma grande oportunidade para as pessoas das mais variadas faixas etárias e diferentes níveis de condicionamento físico conheçam esse ponto turístico gaúcho.
A técnica de Esporte e Lazer do Sesc Gravataí Cristina Fonseca explica que o perfil dos participantes é variado, a partir dos 12 anos acompanhados de responsável, até os 80 anos.
– O pessoal pode contemplar a vista lá do alto, curtir o sol e vivenciar a subida e descida, tudo com auxílio do Corpo de Bombeiros, o que garante ainda mais segurança na atividade.
Cristina ressalta que o local tem um grande potencial turistíco ecológicoo e que o Sesc vem desenvolvendo cada vez mais eventos na região do Itacolomi.
– Percebemos o morro como patrimônio natural e cultural, e o quão importante é sua conservação, com uma consciência ambientalista, promovendo o bem-estar da população e fomentando a visitação do local – conclui.
: Foto SESC GRAVATAÍ
PARTIU NATUREZA
QUANDO: 2 de agosto das 8 às 12 horas
ONDE: Acesso ao Morro Itacolomi – Rua Maestro Pena na Parada 83 A de Gravataí
QUANTO: varia de R$ 35 a R$ 45
INSCRIÇÕES: Inscrições no site: www.sesc-rs.com.br/esporte/corridas
Plano é criar rota jesuítica internacional
Assim como Gravataí, que significa Rio dos Gravatás, Itacolomi também tem origem indígena. O nome provém do tupi-guarani e quer dizer ‘a pedra e o menino.’
O local além da beleza natural guarda um pedaço da história do Rio Grande do Sul. Há registros que cerca de mil índios guaranis foram trazidos pelos portugueses para os pés do morro e que a partir daí povoaram a cidade e criaram a Aldeia dos Anjos.
Com a presença de vestígios jesuíticos a ideia é instalar no alto do morro a tradicional Cruz de Lorena. O monumento missioneiro iluminado com mais de 70 metros de altura irá aproximar o município da Rota Jesuítica Internacional, que envolve o Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia.
A Prefeitura busca parceria com o governo federal para captar recursos e colocar o projeto em prática. Então, ainda não há previsão de lançamento.
Independentemente da Rota Jesuítica Internacional, Gravataí possui áreas com grande potencial turístico como o morro. A ideia é construir uma proposta que una história, preservação ambiental e turismo de aventura.
O projeto tem como objetivo criar um ambiente favorável para a prática de esportes ligados à natureza, como trilhas, escaladas, mountain bike e, se os estudos se mostrarem favoráveis, uma pista de voo livre.
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