Um anjo falido soprou no meu ouvido: “a luta continua, companheiros de amor, independente do resultado que for”.
escasso ramalhete de confete
buquê de pânico
buquê de gilete
a punição aos frívolos
influxos de vigorosa bondade
nosso amor como amor de igualdade
não sufoco em tola e veloz voracidade
eu não atuo eu não compactuo
com o fluxo servil
de maniqueísta passionalidade
eu conclamo o sexo terno
eu conclamo o discurso terno
eu conclamo uma discussão que termine em eu te amo
uma discussão que termine em não concordo mas te respeito
eu conclamo o abraço eterno
eu conclamo o novo amanhecer fraterno
uma profecia não uma promessa de carinho a beça
eu conclamo
e sopro no ouvido de um anjo falido enquanto lhe acaricio o peito:
“aconteça o que aconteça
não vou praticar a doença”