a coluna da jeane

Uns versos de braço quebrado – 7

Que primavera é essa? As flores do jardim até estão bonitas, mas essa o sol anda escondido nessa semana. O pior nem é o céu acinzentado (até tem um charme, lembra Londres), mas o tempo chuvoso não é amigo de quem está se recuperando de uma fratura seguida de cirurgia. Dói, como dói!

Apesar desses dias nublados, eu amo a primavera, porque amo o colorido das flores. E tenho um pai que adora plantar e uma mãe que adora colecionar flores. Então o jardim daqui está uma lindeza: rosas, manacás, maravilhas, gerânios, flor-de-cera, fortuna, vinca, gérberas, orquídeas…

No pátio também tem vários vasos e floreiras com suculentas, amor-perfeito, violetas… até as capuchinhas (flores comestíveis) são lindas. Uma das alegrias nesse período de recuperação foi ter conseguido voltar a fotografar as flores de casa, mesmo tendo que fazer um certo malabarismo para sustentar a câmera em uma mão só.

Já que falei de flores… deixo hoje meus poemas mais floridos.

(O primeiro está no Festival Fibra de Artista. CLIQUE AQUI para ler).

 

GIRASSOL DOS PAMPAS

Esse frio que invade

entre as costelas…

Ar gélido de umidade…

Precisava tanto?

Mas é assim

A vida é desafio

Ser girassol

E não fenecer no frio.

 

É assim: compreender

que a vida também tem estações

e agora é meu tempo

de florir para dentro,

encontrar o maior amor meu

que sou mesmo eu!

 

A vida é desafio

Ser girassol no inverno

Em paz com o entender

Que nada é eterno.

Admirar as nuvens

Viver os afetos

Encontrar a alegria

de saber apreciar

os pequenos raios de sol…

 

A vida é desafio

Ser girassol é destino

De quem sempre busca

o calor pelo caminho.

 

GOTAS

Sigo semeando

mesmo que seja

em terra seca

pedra

espinho

redemoinho

bem longe da beira do rio…

 

Uma flor inesperada

vale toda a solidão da estrada.

 

São belas, todas elas,

as flores, e também os frutos…

Mas que linda a pequena folha

que desponta num terreno vazio!

 

ROSA

Moça cheirosa,

charmosa e bela

mesmo sendo a vida

tão dura com ela.

Mas também se defende

como pode:

só vai colher

os seus carinhos

quem sabe tocar

os seus espinhos.

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