crise do coronavírus

UTIs de Gravataí lotadas como nunca; a ’eleição’ e o verão da COVID

Foto ROVENA ROSA | Agência Brasil

As UTIs covid ou não-covid de Gravataí estão superlotadas como nunca estiveram na pandemia. O Hospital de Campanha (HC), programado para encerrar as atividades em 30 de outubro, após três prorrogações de prazo não vai mais fechar em 2020.

Conversei com o secretário da Saúde Jean Torman e, sem torcida ou secação, as coisas vão piorar. Preparemo-nos para o verão da COVID.

(Eu, amigos e leitores podem ter estranhado minha ausência desde domingo, também estou na fila, com uma coroa de covidiota na cabeça, aguardando resultado da minha ‘eleição’ entre os 6.166.898 de brasileiros infectados).

Vamos à ‘ideologia dos números’.

Nos últimos 10 dias, a média de atendimentos diários no HC de Gravataí é de 150 pacientes. Na quarta, foram 160. Para efeitos de comparação, em outubro a média ficou em 40 atendimentos/dia.

Antes de seguir, reproduzo a ‘tela da superlotação’, que está no site oficial da Prefeitura.

 

– É exponencial o crescimento da procura de atendimento nas unidades de saúde e no hospital de campanha por pacientes com sintomas gripais – confirma Jean Torman, que projeta lotação ainda maior no sistema de saúde local por Gravataí geograficamente ficar no raio de cobertura do litoral.

– As prefeituras já anunciaram a suspensão de atividades de réveillon, mas a migração para a praia é inevitável no verão. Como o sistema de saúde litorâneo não suporta nem a demanda normal sem pandemia, a Região Metropolitana, e Gravataí, vão sentir – adverte, informando já ter pacientes de outras localidades internados na rede local devido ao fechamento de leitos em hospitais de campanha de outros municípios gaúchos.

– As reuniões tem sido diárias com o Governo do Estado e a rede Santa Casa para definir novas estratégias – diz o secretário, que apela:

– A atitude da comunidade é indispensável. A taxa de ocupação de UTIs covid no Rio Grande do Sul é a maior desde o início da pandemia.

Ao fim, não é segunda onda porque a primeira nunca terminou. A alegoria que faço é que o ‘platô’ de estabilidade acontece nas alturas do Morro do Itacolomi. Os 7.573 infectados e 185 vidas perdidas se dividem assim: março (11 casos, sem óbitos), abril (20 casos, 1 óbito), maio (84 casos, 4 óbitos), junho (752 casos, 21 óbitos), julho (1.467 casos, 54 óbitos), agosto (1.402 casos, 44 óbitos), setembro (1.479 casos, 35 óbitos), outubro (1.379 casos, 19 óbitos) e novembro, até ontem, dia 25, 945 casos e 6 óbitos, o que projeta um fim de mês com 1.134 infectados.

Como referi na abertura do artigo, com sintomas gripais que me derrubam por quatro dias aguardo resultado de teste. Caso infectado, sou um dos covidiotas que circularam por aglomerações nas eleições.

E, antes que alguém culpe a ‘Senzala’ pela ‘segunda onda’, reporto que fiz a coleta na ‘Casa Grande’ da Unimed da Carlos Gomes, no chique Três Figueiras, em Porto Alegre, onde numa tarde de quarta-feira, somente nos 40 minutos que permaneci no local contei 106 pessoas em exame.

Se a taxa de ocupação de leitos SUS é de 81.2% na Região Metropolitana, na rede privada já chega a 102.1, em dados das últimas 24 horas em que no mundo mais foram registradas mortes pela COVID-19 desde o início da crise do coronavírus.

Provavelmente no Moinhos não está ninguém que frequenta a nova praça do Capão, no Rincão da Madalena, que chamei de ‘Parcão dos Pobres’, ou ‘Parcão do Povão’.

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