O presidente Alison Silva (MDB) defendeu a pouco que o pagamento do vale-alimentação para os servidores da Câmara de Vereadores de Gravataí não tem risco de virar um ‘vale cascata’ a partir de ações judiciais para estender a paridade para funcionários da Prefeitura.
Reputo desnecessário ter atacado a imprensa da aldeia – seja de CNPJ ou não.
O alerta do ‘efeito cascata’ foi feito pelo líder do governo, Alex Peixe (PTB); leia em O risco do vale-alimentação para Câmara de Vereadores se tornar ‘vale em cascata’ em Gravataí; A coerência do líder do governo.
O custo para o vale no Legislativo é de R$ 600 mil ao ano. Para o Executivo R$ 30 milhões.
Alison usou como exemplo para afastar a preocupação com ações judiciais a aprovação do plano de carreira para servidores da Câmara, que difere da Prefeitura, e também do Judiciário.
– São poderes independentes. Não há risco nenhum – resumiu, sobre pagar apenas os R$ 25/dia para servidores da Câmara, o que, incontestavelmente, o orçamento comporta.
– Investir no servidor é investir na qualidade do serviço público – acrescentou, instigando o prefeito Luiz Zaffalon (PSDB) a pagar o piso do magistério sem revogar a lei dos níveis, conforme projeto do governo que pode levar a uma greve dos professores a partir de terça; leia em Professores de Gravataí ameaçam com greve e prefeito Zaffa reafirma que não vai pagar ‘piso em cascata’; Rocky Balboa e o final infeliz.
– Prefeito, paga o piso dos servidores e respeita a carreira deles – provocou o presidente da Câmara, hoje um dos políticos mais próximos do ex-prefeito Marco Alba (MDB) e, quem conhece os bastidores sabe, inimigo figadal de Zaffa antes mesmo da deflagração da III Guerra Política de Gravataí.
Alison documentou sua posição em vídeo, que você assiste clicando aqui.
Onde resta o ataque à imprensa?
Vamos lá.
E é ataque, não crítica ou contestação a informações erradas, como vou provar.
Alison anunciou o projeto para pagar o vale, o líder do governo contestou e agora ele apresenta a tréplica. Mídias divulgaram. Alguns opinaram. Certo ou errado, é jornalismo. Cabe sempre direito de resposta ou buscar reparação judicial.
Por que, em um vídeo – pensado, por ter sido postado horas depois das matérias, e não no calor de uma tribuna – em vez de esclarecer com o tamanho que tem o presidente de um poder, começar dizendo que se referia a “matérias publicadas por sites e páginas pagos pela Prefeitura”?
Incomoda-me porque foi o Seguinte: a dar, em primeira mão, tanto a matéria anunciando o pagamento do vale, quanto a contestação pelo líder do governo.
Em resumo, publicamos, e depois outras mídias replicaram, o que, para Alison, parece ter sido o ‘positivo’, o que não contestou, mas também o ‘negativo’, motivo pelo qual agora não somente contrapõe, o que é da democracia, mas ataca a imprensa, ao falar em mídias “pagas pela Prefeitura”.
Ao fim, presidente, esse ataque gratuito não condiz com a grandeza com que, mesmo em uma guerra entre Legislativo e Executivo, o senhor tem conduzido a Câmara da quarta economia gaúcha, poder que, pelos critérios de proporcionalidade, representa 100% dos votos de Gravataí.
Nossa régua é mais alta, não?