O prefeito de Cachoeirinha, Miki Breier (PSB), recebeu na tarde desta quarta-feira (12/9) uma boa notícia: a confirmação de que a gigante francesa Valeo está mesmo instalando um de seus braços no município. Até já alugou um prédio com 3 mil metros quadrados em um terreno de oito mil metros quadrados, na Estrada José Antônio Nascimento, no Distrito Industrial.
A notícia só não foi melhor porque a Valeo não vai impactar já no retorno do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) aos cofres da Prefeitura, mas daqui a só três anos, e porque o número de empregos diretos criado para serem preenchidos a curto prazo ficou aquém da expectativa: apenas oito neste ano, chegando a 20 no ano que vem.
De acordo com o gaúcho Paulo Aita, gerente da unidade de Cachoeirinha, a ideia é ter cerca de 150 colaboradores quando a Valeo estiver com suas linhas de produção operando a pleno em Cachoeirinha, o que deve oc orrer em 2023 quando, segundo ele, já estarão sendo industrializados na cidade os equipamentos de refrigeração para veículos de transporte de cargas perecíveis.
A instalação e ativação da Valeo – investimento de R$ 1,5 milhão – será gradativa. De acordo com Aita, neste ano a empresa fará apenas a comercialização dos seus produtos para refrigeração de cargas, que serão importados da África do Sul. Para 2019 está programado o começo da fabricação de um modelo destes equipamentos, para 2020 de outros dois modelos e, em 2023, produção a pleno.
Para daqui a cinco anos, quando a Valeo atingir o ápice da sua produção, o gerente Paulo Aita prevê que a meta é alcançar um faturamento da ordem de R$ 130 milhões, no ano, com a fabricação e venda dos seus aparelhos de refrigeração automotiva destinada aos veículos de transporte de cargas perecíveis, de pequeno e grande portes.
Localização boa
A opção por Cachoeirinha, festejada pelo prefeito Miki pela geração de emprego futura, além do investimento e retorno de tributos para os cofres municipais a médio prazo, se deu por causa da localização estratégica do município dentro da Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), de acordo com o gerente da empresa, Paulo Aita.
Ele, ladeado pelo secretário de Planejamento e Captação de Recursos de Cachoeirinha, Élvis Valcarengui, disse que a documentação já está encaminhada (Licença Prévia e de Instalação, que engloba o licenciamento ambiental) e a empresa aguarda apenas a emissão da Licença de Operação. Também o Plano de Prevenção e Combate a Incêndio (PPCI) já está adiantado.
— Na primeira semana de novembro, agora no mês que vem, já quero estar na minha mesa emitindo a primeira nota fiscal — disse Aita.
PARA SABER
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A Valeo de Cachoeirinha vai produzir equipamentos de refrigeração para transporte de cargas perecíveis. Estes equipamentos podem ser utilizados em vans e caminhões (de pequeno a grande porte, incluindo carretas refrigeradas).
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A produção da Valeo – aparelhos de refrigeração – não tem similar no Brasil, atualmente. A empresa também produz equipamentos de refrigeração para veículos de transporte de passageiros, mas, daí, na unidade de Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, onde está há 18 anos.
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O objetivo da empresa é atender não só ao mercado interno brasileiro, mas também exportar para todos os países da América Latina, mais o México. Há possibilidade de os produtos serem vendidos também para o Oriente Médio, visando atender a um mercado em acelerado crescimento.
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Os aparelhos de refrigeração são comercializados, na maioria (cerca de 85%), diretamente com os fabricantes dos baús para transporte de cargas perecíveis, desde as pequenas vans até as grandes carretas.
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O gerente Paulo Aita, explicou que a vida útil destes equipamentos é de 10 anos, em média, e que a Valeo aposta na renovação de frotas pelas grandes empresas transportadoras, além do crescimento destas mesmas frotas, para manter a rotatividade do mercado e a produção em alta.
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ATENÇÃO
Em 19 de dezembro do ano passado o Seguinte: noticiou com exclusividade a reunião de dirigentes da francesa Valeo com o governador do Estado, José Ivo Sartori. Na ocasião, o grupo anunciou no Palácio Piratini que iria instalar uma de suas unidades de produção em Cachoeirinha (leia matéria clicando no link acima).
Para saber
: A Valeo está presente em pelo menos 32 países, tem mais de 100 anos de fundação e há mais de 40 anos está no Brasil. Tem 155 plantas produtivas ao redor do planeta e está focada na concepção, produção e venda de componentes, sistemas integrados e módulos para a indústria automotiva mundial.
: Além disso, a companhia detém 58 centros de pesquisa e desenvolvimento, com equipes focadas e prontas para desenvolver inovações eficazes para suprir as necessidades de toda a indústria automotiva global.
: Recentemente a Valeo foi considerada uma das 100 empresas mais inovadoras do mundo, segundo a Thomson Reuters, além de ser a empresa com o maior número de registro de patentes na França, em 2016.
: A fábrica de Cachoeirinha teve atraso na sua instalação devido à dificuldade da empresa em encontrar o prédio adequado. Além da linha de produção, administração, área comercial, refeitório e outras instalações, a unidade vai comportar um “Centro de Competência” para pesquisa e desenvolvimento de novos produtos destinados ao mercado brasileiro e do exterior.
IMPORTANTE
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A primeira importação da Valeo, da África do Sul para Cachoeirinha, já está “no meio” do Oceano Atlântico segundo revelou agora à tarde o gerente Paulo Aita, da Thermal Transport Refrigeration (TTR) no município.
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São 20 unidades de refrigeração, sendo 14 para caminhões de pequeno porte e seis para caminhões de médio porte. Até o final do ano devem chegar a Cachoeirinha 83 equipamentos para comercialização.
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Este volume de aparelhos deve representar cerca de R$ 500 mil em vendas da Valeo-Cachoeirinha até o final do ano, apesar de esta comercialização se dar em apenas dois meses, novembro e dezembro.
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Na reunião com o prefeito Miki e o secretário Valcarengui, de Cachoeirinha, participaram os representantes da ARV Imóveis, que locaram o prédio que está sendo ocupado pela fábrica da Valeo, Arno Leonel Lautz e Felipe Ramos Barbosa.