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Vereador de Gravataí PF Coruja e criança são baleados em operação contra milícia em favela do Rio

Vereador Policial Federal Evandro Coruja | Foto GIRO DE GRAVATAÍ

O vereador de Gravataí Policial Federal Evandro Coruja (PP) e uma criança de 5 anos foram baleados em operação da PF contra a milícia de Rio das Pedras, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Em nota, a corporação informou que os disparos foram feitos por um segurança de um miliciano. O parlamentar passa bem. A criança ainda corre risco.

O vereador, que não fala ao Seguinte:, como já reportei em Presidência da Câmara de Gravataí: processo ameaça eleição de vereador policial federal; ’Não falo com imprensa marrom’, contou ao jornalista Gabriel Siota Ganzer, do Giro de Gravataí, que foi convocado para integrar a operação por estar em recesso parlamentar, as férias dos vereadores.

Coruja participou na tarde desta terça-feira de sessão extraordinária que votou o Orçamento e, à noite, integrou a equipe recebida a tiros no complexo dominado pelos milicianos.

O PF Coruja foi baleado no ombro e ficou com um projétil alojado. Conforme a reportagem, ele foi socorrido em um hospital local e passa bem.

Conforme nota divulgada pela Superintendência Regional da Polícia Federal no Rio de Janeiro ao G1, o menino de 5 anos que também foi baleado apresenta “estado de saúde estável” e “a PF está prestando toda a assistência possível à vítima e sua família”.

Conforme a PF, os policiais federais foram à comunidade da Zona Oeste fazer uma diligência próximo à entrada de Rio das Pedras. Os policiais, de acordo com a nota, foram recebidos a tiros por seguranças de um chefe da milícia que domina a região. O suspeito acabou preso na ação, mas o nome dele não foi divulgado.

Também segundo a PF, os policiais que foram à favela não fizeram disparos e socorreram imediatamente a criança para o Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca.

A PF acrescentou que peritos criminais federais foram acionados para fazer o exame técnico que vai embasar o inquérito aberto para apurar as circunstâncias do tiroteio e o autor do disparo que atingiu a criança e Coruja.

Bolsonarista raiz, o político de Gravataí resta como mais um profissional da segurança pública vítima em uma região que é dominada pela mais antiga milícia carioca e que teria históricas ligações políticas.

Conforme investigação do Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro (MP-RJ), a milícia, cuja base fica a cerca de um quilômetro de onde mora o presidente da República, teve prédios construídos com dinheiro público e lucrou com esquema ilegal oriundo de ‘rachadinha’ no gabinete de Flávio Bolsonaro, filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro.

Dados sigilosos do MP obtidos pelo The Intercept e revelados na reportagem 'PICA DO TAMANHO DE UM COMETA´' – EXCLUSIVO: rachadinha de Flávio Bolsonaro financiou prédios ilegais da milícia no Rio, mostra investigação do MP de 25 de abril de 2020, mostram que os empreendimentos de três construtoras (São Felipe Construção Civil Eireli, São Jorge Construção Civil Eireli e ConstruRioMZ) de Rio das Pedras foram feitos com dinheiro de 'rachadinha' coletado no antigo gabinete do Zero Um na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O MP-RJ chegou a essa conclusão depois de cruzar informações bancárias de 86 pessoas suspeitas de envolvimento no esquema ilegal.

Em novembro de 2021, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) devolveu o processo à justiça carioca. Anulou parte das provas obtidas pelo juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal, por não ter respeitado o foro privilegiado do senador, e preservou outras, conforme a reportagem da Folha de S. Paulo Entenda quais provas da 'rachadinha' contra Flávio Bolsonaro ainda valem.

Ao fim, como abnegado policial federal, Coruja sabe como ninguém da necessidade – e do perigo – de enfrentar esses milicianos, bandidos de farda e políticos associados que atormentam comunidades tanto quando facções do tráfico. Que se recupere rapidamente, assim como a criança.

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