Um pedido de retorno ao mandato foi protocolado em nome do vereador Juca Soares (PSD) nesta quinta-feira na Câmara de Cachoeirinha. Ainda não foi possível confirmar se o político conseguiu liberdade provisória. Ele foi preso em 3 de agosto na Operação Cidade de Deus, sob suspeita de ter a campanha financiada pelo irmão que supostamente chefia facção envolvida com o tráfico de drogas.
Reputo pode ser um tiro político no ‘X9’ – grupo que venceria eleição para Presidência do Legislativo dia 20 – e uma ameaça de cassação de prefeito e vice, como antecipei em Vaza Cachoeirinha: Impeachment de Miki ameaça Maurício Medeiros; O filho de calcinha, a ditadura e a galera.
Explico.
Mesmo que Juca não tenha o alvará de soltura, conforme o Regimento Interno do Legislativo pode pedir o retorno com a garantia de faltar até 5 sessões sem perder o mandato.
A manobra de pedir o fim da licença não aconteceria apenas para evitar que seja instaurada comissão de ética para sua cassação antes do início do recesso parlamentar que começa dia 20, e sim teria poder de decidir a eleição para a Presidência da Câmara.
É que, caso Juca tenha o retorno confirmado pela presidente Juçara Caçapava (PSB), mesmo que não compareça às próximas três sessões de 2021, tira da votação a suplente Priscila Barra (PSD).
Perde um voto o ‘X9’, grupo que até hoje teria os 9 votos para eleger Felisberto Xavier (PSD): além dele e Priscila, David Almansa (PT), Mano do Parque (PSL), Nelson Martini (PTB), Deoclécio Melo (Solidariedade), Marco Barbosa (PP), Brinaldo Mesquita (MDB) e Francisco Major Belarmino (MDB).
Sem Priscila, dá empate em 8 a 8 e Cristian Wasem (MDB) seria o presidente por ser mais votado que o adversário. É a nova regra. O eleito não é o mais velho, como em eleições anteriores.
Dos Grandes Lances dos Piores Momentos: Wasem é do partido do prefeito em exercício, mas Xavier é o candidato de Maurício Medeiros (MDB) e dos oposicionistas Mano do Parque (autor do pedido de impeachment de Miki), Almansa e Barbosa (PP).
Com a chance do empate, poderia Almansa se tornar ao mesmo tempo candidato de oposição e governo, por ser o vereador mais votado.
Já com Juca votando dá 9 a 8.
Também pode ser um sinal de que, se Wasem vencer e o prefeito afastado Miki Breier (PSB) for cassado no processo de impeachment proposto por Mano do Parque, a fila pode andar para Maurício.
Se Miki for cassado antes do fim do ano que vem, e o vice, e hoje prefeito em exercício também enfrentasse um impeachment, Cachoeirinha teria nova eleição.
Antes, por 90 dias, Wasem seria o prefeito. Seu vice, Paulinho da Farmácia (PDT), o presidente da Câmara.
A presidente da Câmara não respondeu ao Seguinte:. Priscila confirmou o pedido do vereador e prometeu retornar o contato, o que não aconteceu até o fechamento deste artigo.
Sigo tentando contato com Juca e advogados. Mas, solto ou não, seu pedido de encerramento da licença respeita a legalidade e ele ainda não resta condenado em seu processo criminal, podendo conseguir habeas corpus a qualquer momento do processo.
Ao fim, a trama político-policial é melhor que Netflix; e tem outras temporadas em Cachoeirinha.
Nos últimos 25 anos já testemunhei eleições em que vereador foi ‘sequestrado’ até festa na praia de Santa Teresinha para não votar; ou na qual, um dia antes, o presidente da Câmara foi preso em plenário com dinheiro na cueca e sua ausência decidiu a eleição a favor do adversário.
De que lado está Miki?
Acredito que nenhum. Está como seu Grêmio, em busca de um milagre contra o rebaixamento.
A qualquer momento mais informações.
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