Menos da metade das crianças de Gravataí foram vacinadas em 2020. Com o ‘liberou geral’, e tanta gente desfilando máscaras na rua, na praia, na fazenda ou se amontoando em uma casinha de sapé, não me venham culpar a pandemia: é relaxamento, ou a Idade Média chegou!
A campanha, que foi prorrogada até dia 21, atingiu apenas 43% da meta. Em 2018, superou: 100,2%. Em 2019 não teve campanha.
Não é um fenômeno local, mas nacional. Conforme o Programa Nacional de Imunizações, pela primeira vez o Brasil não atinge a meta em nenhuma das principais vacinas indicadas para crianças de até um ano. Nos últimos 5 anos, a queda é de 27%.
– Nossos profissionais de saúde estão preparados para atender com segurança. Há consultórios específicos para atender pacientes com sintomas da COVID-19. Não há contato. A comunidade pode ficar tranquila – apela o secretário da Saúde de Gravataí, Jean Torman.
– Não é só gotinha. Há vacinas com seringas que precisam ser administradas em unidades de saúde, não há como fazer campanha em shopping ou drive thru – explica.
Não por acaso, em 2019 o ‘movimento antivacina’ foi listado como uma das ameaças à saúde global pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Fake news, disseminadas por desinformados, ou informados do mal, tem sua responsabilidade por casos de sarampo terem sido diagnosticados 20 anos após a doença ser considerada erradicada, para dar um exemplo.
Estudo feito pela Faculdade São Leopoldo Mandic em parceria com a London School of Hygiene and Tropical Medicine mostra que 4,5% dos pais se recusam a vacinar suas crianças, e outros 16,5% têm receio, ou não acham que isso tenha qualquer importância para a saúde de seus filhos. Não é ‘coisa de velho’. Pelo contrário. Entre os pais mais jovens, o índice de insegurança é ainda maior: 23%.
Aplicando o índice geral para Gravataí, é como se mais de 10 mil famílias não acreditassem na vacinação.
Ao fim, é como pegar um Uber para 5 de novembro de 1904, quando foi criada a Liga Brasileira Contra a Vacinação Obrigatória.
Que vergonha, família de Gravataí!
VacImbecis!