síndrome da aldeia

Vice, o emprego que tira votos

Arte adaptada de cartoon de Carol Simpson

Gravataí sofre da síndrome do vice. De ocupante da pequena salinha amadeirada subindo as escadas do palacinho rosa da José Loureiro 1350, apenas Abílio dos Santos e Sérgio Stasinski foram prefeitos.

O vice de Ely Correa com mais altos do que baixos, ano passado deixou a vida para entrar para história como o ‘pai dos pobres’ da aldeia.

O vice de Daniel Bordignon, enfrenta uma queda livre após o auge antes de completar 40 anos.

Não diferente do passado, nos últimos 20 anos apenas Miki Breier sobreviveu politicamente em mandatos com a aprovação do voto popular, sem precisar de CCs.

Vice de Bordignon (1997-2000), foi vereador, deputado estadual por dois mandatos e é o novo prefeito de Cachoeirinha.

Stasinski, vice de Bordignon entre 2000 e 2004 foi deputado estadual e prefeito (2005-2008), mas quando saiu da influência do ‘Grande Eleitor’ não conseguiu mais se eleger vereador. Hoje ocupa cargo na Casa Civil do governo Sartori.

Milionário, Décio Becker, vice de Stasinski, brincou de fazer política quando quis, mas ao tentar não conseguiu ser eleito deputado federal.

Vice na semana da eleição de 2008 por consequência da impugnação de Bordignon, Cristiano Kingeski foi cassado ao lado da prefeita Rita Sanco e, após assessorar o ex-prefeito na Assembleia até 2014, hoje é microempresário.

Vereador de cinco mandato e deputado estadual por um ano, Francisco Pinho rompeu com o prefeito em 2016, indicou o vice da terceira colocada Anabel Lorenzi e voltou à influência de Marco Alba após ver o filho, com apenas 632 votos, perder a reeleição à Câmara.

 

O vice do segundo

 

Ao lembrarmos candidatos ao vice dos segundo colocados nas cinco eleições das últimas duas décadas, a taxa de sobrevivência do voto despenca.

Vereador por dois mandatos Juarez Souza, vice de José Mota na eleição perdida em 96, após três tentativas frustradas conseguiu voltar à Câmara em 2013, mas não conseguiu a reeleição para a nova legislatura.

Lorena Delfim, vereadora que foi vice de Marco em 2000, sumiu das urnas.

Ex-presidente da Câmara, João Carlos Beretta era vereador em terceiro mandato quando perdeu, ao lado de Abílio dos Santos, as eleições de 96. Em 2016, apoiou a esposa Selma Fraga, que fez 1.090 votos, mas não foi eleita.

Vereador, Juliano Paz foi vice de Jones Martins em 2008 e não se aventurou mais nas urnas. Se tornou o braço direito de Miki Breier, de quem foi assessor na Assembleia Legislativa e é agora o secretário de Governo.

Vereadora por quatro mandatos Tânia Ferreira, vice de Bordignon na derrota de 2012, se aposentou da política.

O que serão quando crescer os vices – atuais e trocados – no ‘veraneio das urnas’ das novas eleições na aldeia, cuidemos dos minutos, que as horas passam.

Mas parece claro que ser vice em Gravataí não é o melhor emprego do mundo. Pior mesmo, só vice de quem perde.

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