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Vice-prefeito confirma apoio a Anabel

Anabel recebe apoio do PSDB e deve ter como vice Beto Pereira (à sua direita na foto)

Vem de uma costela do governo Marco Alba (PMDB) um apoio que pode ser decisivo para Anabel Lorenzi (PSB) vencer uma eleição que, se repetir 2012, será decidida no detalhe.

O vice-prefeito Francisco Pinho, seu PSDB dos vereadores Fred Pinho e Beto Pereira, e mais o Partido Ecológico Nacional (PEN) e o Partido Trabalhista Nacional (PTN), confirmaram oficialmente o apoio à candidatura da professora à Prefeitura de Gravataí.

– Temos história, organização e somos um time de 70 pré-candidatos a vereador – disse Pinho, ao lado da presidente do PEN Ana Cristina Stumpf, durante ato na sede dos socialistas, onde o grupo também se apresentou como uma força política de pelo menos 10 mil votos.

Em 2012, Marco venceu Anabel e Daniel Bordignon, então no PT e hoje no PDT, por uma diferença de 11 mil votos, cerca de 10% dos votos válidos dados às candidaturas a Prefeitura na eleição daquele ano.

– Este é um dia memorável, marcante na minha história, na história do partido e da cidade, pois estamos construindo, com o trabalho de muitas pessoas, uma aliança que será o melhor caminho para Gravataí – discursou a candidata a prefeita.

O Seguinte:, que antecipou e depois deu com exclusividade a saída do grupo do vice-prefeito, e também revelou as conversas de bastidores até a confirmação da aliança, ouviu Anabel Lorenzi agora há pouco.

Confira trechos da entrevista.

 

Seguinte: – O que ganhas com o apoio do vice-prefeito e seu grupo?

Anabel – Vejo como o movimento mais significativo da eleição até agora em relação às candidaturas majoritárias. É uma grande novidade. Mexe no cenário. É o vice-prefeito que sai de um governo e opta por minha candidatura. Tem todo um simbolismo. Não é pouca coisa um vice deixar um projeto e escolher outro caminho. E traz com ele dois vereadores, mais um conjunto de pessoas que chega a quase 70 pré-candidatos à Câmara, entre PSDB, PEN e PTN, que se somam aos nossos 32 pré-candidatos, onde estão também nossos três vereadores. Aumenta nosso time na rua para levar meu nome, apresentar nosso projeto. E entendemos que trazem uma concepção de política que agrega. É uma diferença que soma, não divide. Vamos agora procurar os melhores consenso pensando na cidade. É uma aliança de qualidade e quantidade.

 

Seguinte: – Como explicar ao eleitor uma aliança com o vice-prefeito e um grupo que participou até os 45 minutos do segundo tempo de um governo ao qual tua candidatura se coloca como oposição e sofreu críticas dos três vereadores de teu partido durante os três anos e seis meses de mandato?

Anabel – O eleitor vai entender porque também está descontente com o governo. Como o cidadão, o vice-prefeito e seu grupo também estão descontentes com esse governo. É difícil na política a gente ver um movimento como esse que o Pinho fez. É sempre mais improvável ver quem ocupa um espaço de poder deixar uma zona de conforto, romper com o status quo. Ao invés de ficar sustentando o insustentável, de justificar o injustificável, Pinho e seu grupo tiveram a coragem de abandonar um projeto no qual não acreditavam mais. E saíram sem ataques pessoais, sem estresses, mas fazendo as críticas necessárias a uma forma de administrar. Fico muito feliz pelo apoio porque enxergaram em minha candidatura uma alternativa. Há outros candidatos na cidade, mas a opção foi pelo nosso projeto. E veja que saíram de um lado para um campo oposto. Enfim, não vejo dificuldade em explicar um movimento sintonizado com o que pensa a população. Basta sair às ruas e ouvir o descontentamento com esse governo.

 

Seguinte: – Essa era uma das perguntas. Pelo menos nos discursos e ideários partidários, PSB e PSDB estão em campos opostos, um do centro à esquerda, outro do centro à direita. Como explicar a aliança em Gravataí?

Anabel – Melhor dizer campos diferentes, não opostos. É bom lembrar que em 2012, mesmo que com outras lideranças, o PSDB apoiou minha candidatura à Prefeitura. Temos diferenças, mas convergimos na obsessão por fazer uma gestão voltada para a vontade das pessoas.

 

Seguinte: – Os vereadores do PSB votaram contra projetos do governo que, na avaliação do funcionalismo, “retiraram direitos”. Os vereadores do PSDB votaram a favor. Como pretendes lidar com esse histórico ao dialogar com os sindicatos e os movimentos sociais?

Anabel – O PSDB foi leal ao governo, mesmo fazendo críticas internamente. Não vou entrar no mérito das votações, mas sei que muitas vezes, quando a gente está na base de um governo, vota coisas com as quais não concorda. Acho que todas as posições devem ser ouvidas. Uma aliança se faz ouvindo os dois lados. Mas todo mundo já conhece minhas posições sobre a valorização do serviço público e do funcionalismo. Sou funcionária pública, ano que vem completo 30 anos de magistério, quase todos eles na rede municipal.

 

Seguinte: O vereador Beto Pereira será o vice?

Anabel – Fechamos a aliança abrindo espaço para o PSDB indicar o vice. O vereador Beto é um dos nomes colocados, Mas ainda não entramos nessa discussão. Eles também não discutiram. Mas é claro que agora temos todo interesse em resolver isso o mais breve possível.

 

Seguinte: – Trabalhas com um cenário onde a eleição será decidida no detalhe?

Anabel – Sim. Não acredito que haverá uma polarização. Já não houve em 2012, quando tivemos três candidaturas com enormes votações. A diferença de votos entre eu, o Marco e o Bordignon foi de 11 mil votos, 10% dos 140 mil votos válidos.

 

Seguinte: – Nesta aliança pode ter sido decidida a eleição?

Anabel – Pode. É inegável que é um elemento importante. A eleição está em aberto, ninguém sabe bem como será essa campanha, de apenas 45 dias. E trouxemos para nosso lado nada mais, nada menos que o vice-prefeito. Mas o que leva a uma vitória é a soma de diversos fatores. Nós estamos fazendo a nossa parte. A candidatura está colocada desde que acabou a eleição de 2012, mas quando foi confirmada, no ano passado, deixamos o vice em aberto. Teríamos ótimos nomes dentro do PSB, mas sempre entendemos que era preciso agregar novas forças. Não só em quantidade de pré-candidaturas a vereador, mas também um pensamento diferente. Não queremos governar só para uma fatia, mas para o conjunto da cidade.

 

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