RAFAEL MARTINELLI

Vice-prefeito de Cachoeirinha, Delegado detona: “Marco Barbosa já respondeu processo-crime, me surpreende levantar suspeitas sobre idoneidades”. Vereador responde: “Se uniu ao que combatia”; As armas e a bala achada

Marco Barbosa, Delegado João Paulo e Cristian Wasem, na campanha

Como instiguei ontem, para entender este artigo também é preciso ler o que postei na tarde e noite de do feriado de Tiradentes: Ex-vereador cassado Juca Soares no PP de vice-prefeito, que é delegado, e de secretário da segurança, que é policial civil, consagra o princípio da presunção de inocência em Cachoeirinha e “Juca é filiação do Delegado”, diz Marco Barbosa.

Clicou? Leu por inteiro? Se só tem tempo de TikTok, esquece, vaza – até para não cometer injustiça; o que é sempre pior do que fazer ‘justiça’.

Sigamos.

O vice-prefeito Delegado João Paulo, como presidente do PP de Cachoeirinha, enviou nota onde – análise minha – detona o secretário de Segurança e vereador Marco Barbosa, que será seu adversário na eleição pelo comando do partido em 19 de maio.

Na nota, o Delegado responde à entrevista na qual Marco Barbosa disse ao Seguinte: que Juca Soares – vereador cassado eleitoralmente “sob a acusação de ter a campanha eleitoral financiada por facção criminosa” e que responde criminalmente “sob suspeita de ter a campanha financiada pelo irmão que supostamente chefiava facção envolvida com o tráfico de drogas” – foi filiado por ele.

Reproduzo a nota na íntegra e, abaixo, sigo com a versão de Marco Barbosa.

“(…)

Caro Rafael Martinelli.

Recentemente tivemos a satisfação de acolher quase mil novos filiados no PP, os quais passam a compor a família Progressistas e não a pertencerem ao grupo “a” ou “b”. Nosso partido é democrático e não possui “donos”. Todos os filiados são bem-vindos, partindo da premissa de que venham para somar e qualificar o processo democrático. Em nome da transparência divulgamos edital dando publicidade dos nomes incluídos, com abertura de prazo para eventuais impugnações. Não é praxe verificar se os novos filiados possuem antecedentes criminais, o que, aliás, não é impedimento para filiações partidárias, exceto aos que tiverem com seus direitos políticos cassados. Muito nos surpreende que o vereador Marco Barbosa venha levantar suspeita sobre a idoneidade de quem quer que seja, pois o mesmo respondeu processo-crime acusado de prática de concussão (artigo 316 do Código Penal “exigir…vantagem indevida) e por este motivo ficou afastado das funções de policial por mais de quatro (4) anos, período em que perdeu arma e carteira funcional, mas todo este período recebeu salário integral. O fato e o processo ocorreram na comarca de Novo Hamburgo. Isso não foi impedimento de acolhermos, em abril de 2020, o referido vereador no Progressistas, mesmo tendo a agravante de na época estar respondendo processo de expulsão em outra agremiação partidária, só não concluída devido à sua filiação em nosso partido. 

Para finalizar caro Martinelli, temos que manter a coerência e tratar as pessoas com a devida isonomia, pois do contrário seria a velha prática de dois pesos e duas medidas.

Delegado João Paulo

Presidente do Progressistas.

(…)”

Sigo eu.

Como as acusações são graves, ouvi Marco Barbosa; que já sabia da nota, vazada em grupos de WhatsApp – não por mim.

– Nunca fui condenado por nada. O delegado sabe que é praxe na Polícia Civil afastar servidores durante a apuração de fatos. Fui inocentado. É lamentável ele querer me comparar a outras pessoas que respondem a processos graves para justificar seus movimentos desesperados pelo poder, quando percebeu que eu poderia vencer a eleição democraticamente – disse o vereador e secretário de Segurança.

– É mentira que fizeram um favor ao me receber no PP. Escolhi o partido a me filiar. E fui um dos articuladores da candidatura do Delegado, porque acreditava que ele poderia fazer a diferença. Hoje se une a tudo que combateu. A hipocrisia não é minha – disse, reafirmando que vai disputar a presidência do PP para “continuar enfrentando comportamentos e alianças inimagináveis que acho que atrapalham o partido, o governo e a sociedade de Cachoeirinha”.

Ao fim, a guerra está colocada no PP de Cachoeirinha. Pouco resta a dizer após a bomba que explodiu ontem. As armas estão colocadas – ou quase todas as armas. Não tenha, ou tenha algo a ver, o prefeito Cristian Wasem (MDB) já é vítima de bala achada; política, claro: não há como o governo não ser atingido pela crise no partido do vice e de um dos principais secretários.

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