Esta mulher é testemunha
que numa tarde áspera de junho
o meu braço cobriu um campo.
O fogo dizia extraordinário
com as brasas rebeldes da garganta em labaredas.
Ela estava enroscada nas cordas da minha vida
sentindo meus dedos
correrem no brilho das suas estrelas
como armas amigas.
E eu cantava apoiado no meu violão
sufocado por essas águas de saudades e lembranças
que correm nos sentimentos,
de quanto tempo leva da criança até a idade,
até o homem tornar-se tropeiro das distâncias
de estância em estância
tocando gado de lá pra cá e daqui pra lá.
É uma existência
com um único alento nas noites de estrelas e lua:
no chão a lenha a bruma e o fogo,
a viola enluarada e o meu canto,
e no meu costado,
a dona dos meus pensamentos
enfeitando a sorte do meu destino.