Saul Teixeira

Vítima da “obviedade”, Inter entra na rota da desconfiança

Ninguém é segundo colocado na liga mais disputada do Mundo à toa! Com pouco tempo de trabalho, Mano Menezes trouxe identidade, performance e resultados ao Inter no Brasileirão passado. A mudança foi da água para o vinho. Inquestionável. Entretanto, já é passado.

Até as arquibancadas do Beira-Rio sabiam que, para 2023, seria preciso avançar! A base de time segue promissora, porém, a necessidade de reforços grita a cada partida. Eis uma obviedade até agora “ignorada” pela direção colorada.

Com os empates recentes pelo campeonato gaúcho, novamente a realidade bateu à porta. Quando precisa do banco de suplentes, o Inter naufraga. Que o diga a partida frente ao Caxias em Porto Alegre.

As saídas de Maurício e Alan Patrick ceifaram a mecânica. A responsabilidade também é de Mano Menezes, claro! Principalmente pela mudança tática que “fechou a casinha” com Baralhas + Johnny.

Enquanto não houver reservas com capacidade no mínimo próxima aos titulares, porém, Mano talvez tenha a compreensão de grande parte da torcida e da crônica esportiva. Novamente as críticas recaem sobre a direção.

Outro ponto que joga a favor do treinador é o aspecto físico! É início de temporada. Natural que alguns titulares sejam “dosados”. Ainda mais no caso de Alan Patrick, que tem atuado direto e reto. Principalmente por ser artigo único no elenco e raro no futebol nacional. Ainda mais levando em conta o histórico de problemas clínicos e físicos do camisa 10! Compreensível.

Repertório!

Pedro Henrique como atacante mais avançado é o grande fato novo da temporada. Mesmo sendo uma solução improvisada, não deixa de elevar o repertório do time. Por linhas tortas, o Inter está aprendendo a jogar sem um 9 de ofício.

Existem outras possibilidades mesmo com elenco enxuto e carente. Mano pode insistir com o teste feito em Novo Hamburgo semana passada: Pedro Henrique, Alemão e Wanderson juntos! O péssimo estado do gramado no Vale dos Sinos justifica a nova tentativa.

Ainda acredito que a força coletiva do Inter possa garantir boas páginas à torcida nesta temporada. Mas é inegável que o time do último ano já chegou no seu limite. Por mais que busque alternativas, Mano também não conseguirá fazer mágicas.

A conclusão é a mesma do nosso último pitaco. Alias, é a mesma do final do ano passado. O Inter segue sendo uma obra promissora. Sem reforços, porém, não passará do citado estágio.

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