política

Zaffa não vai deixar na mão os carroceiros de Gravataí

Prefeito com vereadora Márcia Becker na sanção da lei que prevê o fim gradual das carroças em 2 anos

Luiz Zaffalon (MDB) não vai deixar os carroceiros na mão, com o ‘fim das carroças’ em Gravataí.

Em 4 de novembro, minutos após os vereadores aprovarem a chamada ‘Lei Tubiana’, de autoria da vereadora da causa animal, Márcia Becker (MDB), e que em 2 anos proíbe o uso de veículos de tração animal, questionei o prefeito se daria uma garantia.

Com seu ‘sincericídio’, ele deu, e reportei em Vereadores aprovam fim das carroças em Gravataí: ’Não deixarei carroceiros desassistidos’, garante prefeito Zaffa; Assista e siga os votos.

Pelos meses seguintes, Zaffa tem coordenado a aplicação da lei, na maioria das vezes ele próprio comandando as reuniões. O Seguinte: teve acesso a informações de um relatório que está quase pronto e que, o prefeito, como sociólogo, certamente sabe analisar bem.

O plano é, entre junho e julho, já proibir a circulação de carroças na zona central. Depois nos outros centros comerciais, como Av. dos Estados, Alexandrino Alencar e Álvares Cabral na Morada do Vale, e Antônio Gomes Corrêa, no Parque dos Anjos.

Os impactos estão no relatório, que tem dados que suportam o discurso dos protetores dos animais, mas também alertam para a vulnerabilidade social dos carroceiros.

Durante os meses de cadastramento em 2022, 90% dos equinos apresentavam peso abaixo do ideal; casqueamento e ferragem impróprios; nenhuma vacinação; marcas de arreios e machucados diversos.

Durante o cadastro foram recolhidos 3 equinos em condições de maus tratos. Após o cadastramento, 2, já em carroças emplacadas.

23 chicotes foram apreendidos.

99% tinham arreios, correames, pneus e demais acessórios em péssimo estado.

A fragilidade dos carroceiros aparece no perfil traçado durante o cadastramento.

São 73% do sexo masculino e 15% feminino.

25% tem entre 20 a 30 anos; 17% de 31 a 40; 16% de 41 a 50; 18% de 51 a 60 e 13% acima de 60.

A escolaridade mostra 10% de analfabetos; 68% com ensino fundamental incompleto e 11% médio incompleto.

45% não tem filhos, 13% tem um e 30% mais de um.

A renda familiar de 39% é de menos de R$ 1 mil; 49% de 1,1 mil a 2 mil e 4% de 2001 e 3 mil.

60% não recebem Bolsa Família.

96% não tem, ou não apresentaram título de eleitor.

A Secretaria Municipal da Família, Cidadania e Assistência Social também busca a qualificação da mão de obra, além de incluir as famílias em programas sociais.

Como o Canil Municipal já está superlotado, um espaço no Horto Municipal está sendo preparado para quem quiser entregar o cavalo.

Mas, principalmente, como ação de curto prazo, para não deixar as famílias sem renda, Zaffa articula com a Cootracar, cooperativa de catadores, e com o novo Parque Ambiental, a abertura de vagas de trabalho para quem largar as carroças.

O Parque é um megaempreendimento que o Seguinte: revelou com exclusividade em fevereiro em Parque Ambiental projeta solução para o lixo de Gravataí e região metropolitana; Investimento é de 200 milhões, até mil empregos e economia de 5 milhões anuais para o município.

É, potencialmente, uma 'GM do tratamento do lixo'.

Ao fim, o que parece uma polêmica, é, na verdade, um consenso; ao menos para quem se preocupa com o outro, seja a vida humana ou animal.

Fato é que os animais são maltratados, às vezes involuntariamente, e o carroceiros tem dificuldade para acessar o mercado de trabalho ‘normal’.

Isso não é vida para os animais, e nem para os humanos.

Como toda coisa nova, deixar as carroças no passado provoca reações; algumas nobres, outras oportunistas. Bom que Gravataí tem um prefeito que, goste-se ou não dele, coragem tem. E palavra. Se garantiu que não vai deixar mal os carroceiros, assim será.

 

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