RAFAEL MARTINELLI

Zaffa projeta Restaurante Popular a 1 real para 2023; Potencialmente são 20 mil gravataienses com fome ou na ‘dieta do miojo’

Luiz Zaffalon projeta um Restaurante Popular em Gravataí em 2023. O prefeito anunciou na entrevista exclusiva ao Seguinte: em SEGUINTE TV | 1h com Zaffa: prefeito faz balanço do governo e fala sobre polêmicas; “Sou candidato natural a reeleição. Todo mundo me pergunta”.

– Há gente com fome em Gravataí, assim como todo Brasil. Gerar emprego é a melhor ferramenta. Corro atrás disso – disse contando história de moradora da Tom Jobim que, devido à Lei Tubiana, aposentou o cavalo e a carroça, cuja exploração lhe sobrava R$ 400 mensais e foi empregada na Cootracar, cooperativa de catadores, por meio de programa da Prefeitura para ex-carroceiros.

– Hoje tira R$ 2 mil, sustenta filhos e mãe que mora com ela, e contou estar conseguindo reforma a casa. Antes, com 400 reais por mês, passavam fome – relata, confirmando o plano do Restaurante Popular, além da distribuição de cestas básicas nos Cras, os Centros de Referência em Assistência Social.

– O Restaurante Popular é uma boa ideia. Estou vendo local e buscando parceiros. O plano é abrir já no início de 2023 – disse.

Em Cachoeirinha, onde já se projeta uma segunda unidade, a população mais vulnerável pode almoçar por apenas um real a refeição no Restaurante Popular. O local, que atende até 100 pessoas por dia, está instalado na Rua Imbuí, 46, e o horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 11h30min às 14h.

Para acessar o serviço é necessário ser morador do município e fazer uma avaliação com a equipe técnica da Prefeitura, que fornece uma carteirinha de acesso, com validade de um a seis meses, conforme a situação.

Potencialmente mais de 20 mil gravataienses podem restar em ‘insegurança alimentar’, conforme o novo Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19 no Brasil.

É que a média na Região Sul é de que 9,9% das famílias estejam nesta condição. Ou seja, entre Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, temos 3 milhões de pessoas com fome ou comendo mal; miojo, por exemplo.

Conforme a amostra de 12.745 domicílios localizados em 577 municípios de áreas urbanas e rurais, distribuídos nas cinco macrorregiões brasileiras e contemplando os 26 estados e o Distrito Federal, no país só 4 entre 10 famílias conseguem acesso pleno à alimentação no país.

O relatório, elaborado entre novembro de 2021 e abril de 2022 pela rede Penssan com apoio da Oxfam Brasil e outras organizações, denuncia que a fome já atinge 33,1 milhões de pessoas.

E, além de endereço – enquanto no Brasil temos 15,5% dos domicílios com pessoas passando fome, no Norte esse índice sobe para 25,7%, e no Nordeste, 21% – tem cor: 6 de cada 10 domicílios cujos responsáveis se identificavam como pretos ou pardos viviam em algum grau de insegurança alimentar, enquanto nos domicílios cujos responsáveis eram de raça/cor de pele branca autorreferida, mais de 50% tinham segurança alimentar garantida.

Ao fim, agiliza o Restaurante que vai lotar, Zaffa! É uma necessidade, além de outras ações da Prefeitura como a distribuição de cestas básicas. Fome não tem ideologia. Quem está na miséria não quer saber das causas e sim da sopa.


A promessa de Zaffa está no minuto 51 da entrevista que tem imagens de Guilherme Klamt

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