Cláudio Ávila (União Brasil), que se apresenta como oposição em Gravataí, foi recebido pela primeira vez no gabinete pelo prefeito Luiz Zaffalon (PSDB), 11 anos após sair do governo Acimar da Silva (MDB), que fazia parte após operar o golpeachment contra a prefeito Rita Sanco (PT) e o vice Cristiano Kingeski (PT).
Assim como aconteceu com o secretário de Esportes do Estado e segundo colocado na eleição de 2020, Dimas Costa (PSD), e também ainda na oposição, a pauta era institucional, mas restou a ‘interminável fofoca’.
Ávila trouxe a Gravataí seu deputado federal, Luis Carlos Busato (UB), para negociar com o prefeito a indicação de uma área em troca da destinação de emenda parlamentar para construção de uma escola infantil.
Além do presidente municipal, Fernando Hrymalak Pinto, da vice Daiana Luz e do ex-vereador Jô da Farmácia, o candidato a prefeito Diego da Veiga Lima também participou da reunião.
Zaffa, Ávila e Busato postaram o encontro em suas redes sociais.
Onde resta a fofoca interminável?
Ávila, como já o instigou o vereador Alan Vieira (MDB), por vezes tem feito papel de líder informal do governo na Câmara nas ‘pautas-bomba’, além de garantir pareceres favoráveis nas comissões de Constituição e Justiça e Finanças e Orçamento.
E agora sem ‘barriga de aluguel’, forma como descrevi nomeações suas para cargos na Prefeitura feitas por intermédio de outros vereadores da base do governo.
É que Ávila acaba de emplacar a sócia no escritório de advocacia em assessoria especial da Prefeitura, além de ter outros cinco cargos.
O vereador nega adesão ao governo.
– Temos candidato e estava à mesa: Diego da Veiga Lima – diz.
– Foi uma pauta institucional e bandeira do meu mandato, que é o aumento de vagas para educação infantil. O prefeito sinalizou com áreas, o deputado com emenda e teremos creche nova – concluiu.
Já Zaffa, após rompimento com seu ‘Grande Eleitor’ de 2020 Marco Alba (MDB) e a deflagração da III Guerra Política de Gravataí, tem praticado o que chama de “novos tempos”, sem vetos a receber políticos em pautas institucionais para trazer recursos para o município.
Não se preocupou nem com o uso político por adversários de Ávila ter sido personagem recente de notícias negativas após se tornar réu no escândalo bilionário do Gamp, de Canoas.
Reputo vale para a agenda com Ávila o mesmo que analisei após a reunião entre Zaffa e Dimas:
“Alguns podem perceber a grandeza de adversários reunidos, outros podem achar que Zaffa faz de Gravataí uma Brasília, compondo até com antagonistas. Fazem política. É igual a Brasília, onde é difícil dizer qual partido não participa do governo? Pode ser. Mas isso é ruim? Devolvo com uma pergunta: qual governante não quer apoio? Invariavelmente só critica quem não está no poder”, escrevi.
De convergência eleitoral entre Zaffa e Ávila, por enquanto, apenas a certeza de que não estarão com Marco Alba em 2024.
Ao fim, às vésperas da eleição, não dá para esquecer de lembrar aquela do Millôr sobre a fofoca: “você deve espalhar logo, porque pode ser mentira”.