Investimento na cidade pode chegar a R$ 380 milhões e estaria a poucos dias do anúncio oficial do início das obras – entraves são obras viárias, que ainda dependem de acordo com proprietários vizinhos
Se fosse uma partida de futebol, o anúncio do início das obras do Zaffari em Gravataí estaria, hoje, em uma cobrança de escanteio: o gol é iminente, mas ainda falta algo.
O entrave não é um zagueiro bom no jogo aéreo, mas um pacto com proprietários de áreas no entorno no empreendimento. Para que a obra comece, todos devem aceitar um acordo que permita a empresa fazer os projetos viários que vão dar acesso à loja aos caminhões de carga e descarga e aos consumidores.
A conversa com os vizinhos do novo Zaffari foram iniciadas há mais de um ano com o intermédio da prefeitura de Gravataí. Os esclarecimentos aos proprietários vem sendo prestados pelo poder público e pelos representantes do Zaffari e, segundo o governo, estão chegando finalmente a um bom termo. Na terça-feira que vem, tem reunião sobre o assunto – mas os envolvidos não confirmam que a solução está garantida.
O secretário Geral do Governo, Luiz Zaffalon, fala com cautela sobre o assunto – não abre muito o jogo, mas admite que as obras devem começar logo.
– A nossa tarefa é ajudar a desentravar o projeto. Já fizemos algumas reuniões e está avançando. Acredito que em seguida seja possível o anúncio do início das obras.
A empresa que presta assessoria de imprensa para o Grupo Zaffari informou ao SEGUINTE: que, até o momento, foram desenvolvidos os projetos de infraestrutura viária e implantadas parcialmente as vias do entorno, no lado oeste, interligando o local com a Avenida Marechal Rondon.
– Ainda falta definir e projetar as vias e as interligações com a malha viária existente no lado leste da gleba – diz a nota.
Segundo o Zaffari, a prefeitura está articulando com os envolvidos para consolidar as definições dentre as alternativas existentes.
– Somente após a implantação é que haverá condições para o efetivo desenvolvimento dos estudos necessários para o prosseguimento de qualquer empreendimento – finaliza.
Conformação viária
Conforme o projeto apresentado à cidade em setembro de 2012, cinco novas ruas estão previstas no entorno do empreendimento. Três delas perpendiculares à avenida Marechal Rondon, que faz a divisa de Gravataí com Cachoeirinha, e que deverá ser duplicada pelo Grupo Zaffari.
Outras duas ruas ligam o futuro prédio à avenida Dorival de Oliveira, na altura da parada 60, onde há alguns meses foi instalado um totem com esquilo vermelho que simboliza o Grupo Zaffari.
O que é o powercenter?
O conceito de powercenter vem dos Estados Unidos. É comum em cidades intermediárias entre grandes regiões metropolitanas. Diferente de um shopping center – que, em síntese, são pequenas lojas em grandes espaços -, o powercenter concentra poucas lojas em grandes espaços. As megastores podem ser definidas como lugares que concentram tudo o que o consumidor pode esperar daquele determinado segmento comercial.
Uma megastore de brinquedos, por exemplo, reúne tudo das principais fabricantes de brinquedos do país e as novidades de fora que possam interessar aos consumidores.
Pertinho daqui, o CenterLar, que fica na esquina da avenida Assis Brasil com a Sertório, em Porto Alegre, pode ser classificado como um powercenter – só que em Gravataí se projeta que haja cinemas, um supermercado e uma praça de alimentação mais robusta.
São esperadas pelo menos quatro megastores: uma de brinquedos, uma de produtos esportivos, uma de materiais de construção e uma de artigos de decoração.
Em 2012, o Zaffari previa que a fase de obras do empreendimento levasse em torno de três anos para conclusão.