RAFAEL MARTINELLI

Zaffa diz ser “fake news” que não vai pagar piso do magistério de Gravataí: “Vou e devo”; O argumento da ‘cascata’

O prefeito Luiz Zaffalon (PSDB) postou vídeo dizendo ser “fake news” que não vai pagar o piso para o magistério de Gravataí.

– O prefeito quer e deve pagar o piso – disse, explicando que projeto enviado à Câmara de Vereadores revogando duas leis de 2019 que garantem diferença salarial de 10% entre níveis da carreira dos professores busca evitar um “aumento em cascata” que custaria R$ 60 milhões ao ano, além de ampliar em R$ 100 milhões o déficit previdenciário.

– Corresponde a todo investimento anual da Prefeitura em escolas, postos de saúde, asfalto, drenagem – comparou.

O cálculo apresentado pelo governo é de que, sem o ‘piso em cascata’, o custo seja de R$ 4 milhões para garantir os R$ 4.420,55 constitucionalizados pelo STF para cerca de 200 professores que hoje recebem abaixo em Gravataí.

– A diferença é de R$ 4 milhões para R$ 60 milhões, com o efeito cascata. Impagável – comparou, argumentando que o sindicato dos professores “reconhece” que não há dinheiro sobrando.

– O SPMG oficializa em panfletos que não existe dinheiro. Fala em tirar daqui e dali, cortar do Canil, do subsídio para a Sogil, acabar com isso, com aquilo. Como ficam essas despesas? – questiona.

Zaffa garante no vídeo que não vai propor outras mudanças no plano de carreira.

– Não estamos acabando com plano carreira, triênio, quinquênio, licença-prêmio, como vi em panfleto do sindicato, nem com promoções, estabilidade, assistência médica, aposentadoria integral – disse.

O prefeito disse esperar a aprovação dos vereadores, mesmo que as leis de 2019 tenham sido aprovadas por unanimidade pela Câmara, “certamente com a melhor das intenções”.

– Não se deu muita bola na época – disse, acrescentando que a aprovação aconteceu sem apresentação de impacto financeiro e, sem citar o nome de Marco Alba (MDB), “a assinatura do ex-prefeito”.

Ao fim, a revogação da lei dos níveis é a ‘pauta-bomba’ do ano.

O vídeo de Zaffa busca reforçar a posição do governo no momento em que professores amplificam a sua no dia a dia das escolas e também em grandes eventos – como o Rua Aberta, domingo –, procuram vereadores individualmente pedindo voto contra a revogação da lei de níveis, programam usar a tribunal popular do legislativo nesta terça e, hoje, definem data de assembleia geral onde pode ser votado indicativo de greve.

Quinta, na Câmara, votação de moção que apoiava o piso sem a revogação da lei de níveis foi reprovada com 11 votos, o que, apesar de abstenções e ausências na sessão, permite interpretar que o governo tem a maioria entre os 21 vereadores para evitar o ‘piso em cascata’; leia em Quando os vereadores de Gravataí aprovam a hipocrisia; A diferença entre as moções sobre salários de professores e policiais.

Pelos prazos, a votação deve acontecer às vésperas do fim do ano legislativo, na primeira quinzena de dezembro.

Salvo melhor juízo, com apenas uma reunião parece praticamente ‘revogada’ a negociação entre governo e sindicato dos professores, como analisei em Pauta-bomba: Zaffa envia aos vereadores revogação de lei dos níveis para evitar ‘piso em cascata’ para magistério de Gravataí; Prefeito calcula impacto de 60 milhões/ano e condiciona pagamento em janeiro à aprovação e ‘Piso em cascata’: em live indignada, presidente do sindicato dos professores de Gravataí considera negociação rompida pelo governo Zaffa; “Reizinho mandão”, diz Vitalina.

Assista ao vídeo de Zaffa

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