Ainda sem prefeito eleito, 21 vereadores receberam os diplomas da Justiça Eleitoral, em cerimônia na Câmara. Acompanhe durante todo o dia a cobertura do Seguinte: para a diplomação, que encerrou há pouco, com discursos, fotos de todos os eleitos e muitos bastidores
Com uma Câmara superlotada por famílias, apoiadores e personalidades da aldeia, os vereadores eleitos em 2 de outubro foram diplomados nesta segunda-feira pela Justiça Eleitoral.
Os 21 parlamentares, que receberam os diplomas das mãos da juíza Keila Silene Tortelli, fizeram 35.149 votos entre os 186.699 eleitores que foram às urnas, mas pelos critérios de proporcionalidade representam os 228.093 habitantes de Gravataí.
O piloto sumiu
E a festa foi em clima de 'apertem os cintos, o piloto sumiu', já que com as novas eleições decretadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com a inelegibilidade de Daniel Bordignon, eleito nas urnas, Gravataí começará 2017 com um prefeito interino – que será eleito justamente entre os 21 diplomados – até a escolha da pessoa que comandará a Prefeitura até 31 de dezembro de 2020.
Câmara renovada e mais povão
Mais da metade dos atuais vereadores não estarão na Câmara na legislatura 2017-2020. Não dá para dizer que a atual legislatura foi reprovada pelas urnas, porque três parlamentares não concorreram à reeleição, mas passa perto disso.
São nove caras novas entre os 21 eleitos.
Contando os que não concorreram, a renovação chega a 57%. Levando em conta apenas os candidatos à reeleição, 42%. Ambos os cálculos apontam uma renovação maior que em 2012 (30%) e 2008 (40% – à época num legislativo com 14 cadeiras).
E o perfil da nova Câmara será bem mais popular, ‘povão’.
Nada a ver com escolaridade ou poder aquisitivo, mas com a área de atuação, o contato olho no olho com o eleitor e o jeito de fazer política.
É uma leitura corrente entre quem vive o meio político e conhece os vereadores que estão saindo e os que estão entrando.
Reeleitos, Paulinho da Farmácia (PMDB), Dimas Costa (PSD), Clebes Mendes (PMDB), Nadir Rocha (PMDB), Alan Vieira (PMDB), Paulo Silveira (PSB), Carlos Fonseca (PSB), Alex Tavares (PMDB), Dilamar Soares (PSD), Alex Peixe (PDT), Roberto Andrade (PP) e Evandro Soares (DEM) foram vereadores com presença nas ruas e nas redes sociais.
Os ‘cascudos’ Márcio Souza (PV) e Carlito Nicolait (PSB), parlamentares de perfil mais político, do debate mais técnico e das articulações, não se reelegeram.
Juarez Souza (PMDB), Gerson Rovisco (PV) e Maribel Wagner (Rede) e Fred Pinho (PSDB), populares em suas regiões, baixaram muito as votações e também estão fora.
Já Tanrac Saldanha (PRB), Beto Pereira (PSDB), e Alemão da Kipão (PSD) concorreram a vice de Marco Alba (PMDB) Anabel Lorenzi (PSB) e Levi Melo (PSD), respectivamente.
Entre as caras novas, Jô da Farmácia (PTB), tem no nome de guerra a área de atuação. Seu negócio fica no São Jerônimo e, no governo Marco Alba (PMDB), foi responsável pela marcação de consultas na Policlínica.
Fabio Avila (PRB) é pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, que desde 2000 não deixa de ter um representante na Câmara.
Única mulher eleita, Rosane Bordignon (PDT) é esposa de Daniel Bordignon (PDT), vencedor nas urnas da eleição anulada devido à declaração de sua inelegibilidade pelo TSE. Professora da rede de Porto Alegre e ex-diretora do Cpers, tem inserção no funcionalismo.
Airton Leal (PV), vereador que volta após uma legislatura fora, é o “Tio Airton” das creches da Associação do Bem Estar do Menor Gravataiense (Abemgra).
Aureo Tedesco (PSDB) tem uma agropecuária na Morada do Vale – bairro que é uma cidade e de onde sai como o único vereador eleito.
Bombeiro Batista Martins (PSD), do Neópolis, além do apoio dos colegas, fez uma campanha muito focada na segurança pública.
Demétrio do Esporte (PDT) é ex-jogador do Inter, tem trabalho na área e, após bater duas vezes na trave, deu gol.
Neri Facin (PSDB) é dono de madeireira como foram três dos vereadores mais populares dos últimos 20 anos, Acimar da Silva, Francisco Pinho e Cidi Pisoni. É também tradicionalista, e patrão do CTG do bairro, o Carreteiros da Saudade.
Já Wagner Padilha é ator e foi um dos fenômenos que melhor traduzem a influência das redes sociais nesta eleição. Em esquetes humorísticos postados em vídeo em seu perfil ‘Tô de olho no buraco’, foi um dos – se não o – principais críticos do governo Marco Alba (PMDB) no Facebook.
Sem terno ou tailleur
Ao Seguinte:, o perfil da nova legislatura permite a leitura de que veremos os vereadores mais nas comunidades e no Face do que em intermináveis debates nas sessões da Câmara.
Em outras palavras, menos ternos ou tailleurs, mais mangas dobradas e calça jeans.
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