És uma fruta podrinha
Caindo sozinha
Longe do pé
No pomar dos diabos
Te vigiará uma ave marinha
Que saboreia peixes decompostos
Os ouvidos aptos
Pro teu chorinho alto
Coberto com o lençol dos decapitados
Em tua cabeça ecoa o som do dinheiro vil
Que compra saltos altos
Terás casa no recinto de metal
Sofrerás ao sol no cemitério quintal
Sendo escorpião entre gente meio aranha
Que do desculpe tem a manha
Tonificada no asco que fia o cuspe
Em rejeição tamanha
Mas será um nada que te assuste
Entre os libados brabos
És uma fruta podrinha que o cabo não resiste
Entre tantas mais de mil
A nossa gente pobre como a gente que assiste
Teu desvanecer sem brio
Não resiste e sorri.