O que ontem (18/1) à tardinha parecia pegadinha, tornou-se coisa séria e a economia de Gravataí pode sofrer um abalo sísmico comparável a um tsunami a se confirmar a informação de que a General Motors (GM) pode suspender suas operações na América do Sul se o ano de 2019 não apresentar resultados positivos no balanço financeiro da empresa.
Pelo menos seis funcionários da GM de Gravataí confirmaram ao colunista o recebimento de um e-mail no qual o presidente da GM Mercosul, Carlos Zarlenga, diz que a direção da montadora que tem sede em Detroit, nos Estados Unidos, tem feito esforços para se reestruturar, mas não deixa claro que tipo de reestruturação é essa.
Além disso, consta no e-mail que a empresa tem acumulado “prejuízo agregado significativo” entre 2016 e 2018, e que isso não pode se repetir em 2019. A notícia já tomou proporções nacionais e o portal Terra até reproduz hoje parte do e-mail distribuído por Zarlenga aos colaboradores.
O texto:
"A GM no Brasil teve um prejuízo agregado significativo no período de 2016 a 2018, que NÃO PODE SE REPETIR. 2019 será um ano decisivo para nossa história. O Comitê Executivo do Mercosul está fortemente comprometido para reverter esta situação de forma imediata e definitiva. Vivemos um momento crítico que vai exigir importantes sacrifícios de TODOS. O Comitê Executivo do Mercosul desenvolveu um plano de viabilidade que foi apresentado para nossa liderança global em Detroit. Esse plano requer apoio do governo, concessionários, empregados, sindicatos e fornecedores. Do sucesso deste plano dependem os investimentos da GM e o nosso futuro."
SHOW DO BILHÃO
Em 3 de agosto de 2017, com pompas e circunstâncias, a General Motors anunciou um investimento de R$ 1,4 bilhão para modernização da fábrica e readequação da linha de montagem para produção de um terceiro modelo – além do Onix e Prisma – a partir do final deste ano, 2019.
Confira reportagem clicando aqui.
Desafiador
No último dia 11, nos Estados Unidos, a presidente mundial da General Motors, Mary Barra, afirmou que Brasil e Argentina continuam “se mostrando desafiadores” apesar de serem os dois maiores mercados da GM na América do Sul. Ela também afirmou que a companhia conversa autoridades e lideranças do mercado automotivo sobre quais providencias poderiam ser adotadas para reverter o quadro financeiramente negativo.
— Precisamos de medidas para melhorar os negócios ou vamos ter que considerar outras opções. Não vamos continuar investindo para perder dinheiro — afirmou Mary Barra.
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Para saber
1
O colunista tentou contato com a gerente de Relações Governamentais e Institucionais da GM-Mercosul, Daniela Kraemer, que não respondeu às mensagens. Ela se encontra em férias com a família, na Espanha.
2
A assessoria de comunicação do escritório da GM em Porto Alegre respondeu ao colunista de forma objetiva: “A GM não irá se manifestar sobre o assunto, ok? Abraço e bom final de semana!”.