Clebes Mendes só é considerado baixo clero entre os possíveis candidatos a prefeito pelo governo por aqueles que não entenderam muito bem o resultado das urnas em 2018.
Vamos a 5 motivos.
1.
O temperamental vereador ganhou do Seguinte: – e colou, por verdadeira – a alcunha de ‘Bolsonaro da Aldeia’, devido ao seu comportamento lembrar o do presidenciável, que em junho de 2016 chegou a ligar para o gravataiense ao saber da ‘homenagem’ pelo deputado federal Jones Martins (MDB).
Concorde-se ou não com o apelido, Clebes é hoje, pelo menos no partido do prefeito Marco Alba, ‘o mais Bolsonaro’.
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2.
Clebes é jovem, vai fazer 43 anos em 13 de março, e poderia ser uma aposta numa ‘cara nova’, mesmo que já seja político profissional e tenha sido reeleito para o segundo mandato em 2016, um dos poucos que cresceu em votação – antes da eleição, Bolsonaro ficou 27 anos no Congresso, é preciso lembrar.
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3.
Trabalhador e povão, Clebes é daqueles vereadores 24h, sete dias por semana e que respondem rápido às pessoas. Além de subir nas máquinas para propagandear obras do governo, faz aquelas coisas que uns chamam de assistencialismo, outros demagogia, mas muita gente considera necessárias ou obrigação dos políticos, como, por exemplo, remar num bote para resgatar pessoas em alagamentos.
4.
Clebes mostrou força dentro da bancada e do MDB ao ser eleito presidente da Câmara para 2019, desbancando o vereador mais votado da cidade, Paulinho da Farmácia.
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5.
Aqui, talvez o principal, se a onda bolsonarista não descollorir até 2020: Clebes seria uma espécie de antítese de Dimas Costa (PSD), colega de Câmara, também jovem (37 anos) e hoje o político da oposição que mais se apresenta como candidato a prefeito e, representando o 'contra tudo que está aí', foi o candidato mais votado em Gravataí em 2018, quando concorreu a deputado estadual.
Quem conhece a política da aldeia sabe que talvez só Clebes, que já se enrolou em bandeira do Brasil, pintou o rosto de verde amarelo e botou máscara de Sérgio Moro possa ligar Dimas à esquerda.
Por mais que o adversário tenha se escondido atrás do muro na eleição presidencial, não anunciando apoio a Jair Bolsonaro ou Fernando Haddad, e hoje jogue mais como centromédio do pela ponta esquerda, o passado como vereador do PT e eleitor de Lula e Dilma vai cobrar a conta na próxima eleição para a prefeitura da Gravataí onde sete a cada dez eleitores votaram no ‘mito’.
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Comento.
É cedo e o caminho para Clebes, que não esconde de ninguém que quer ser candidato, é tão íngreme quanto a Porvir antes do asfaltamento. Além de tomar a ficha 1 do ex-deputado federal Jones Martins, Clebes tem como candidato colocado no MDB Nadir Rocha, presidente do legislativo por quatro vezes e, ‘camerlengo da Sé vacante’, prefeito interino por duas, que sonha chegar pelo voto popular ao palacinho ocre da José Loureiro da Silva, e mais uma série de nomes fofocados nos bastidores como Luiz Zaffalon, Alison Silva, Jean Torman e Sônia Oliveira.
Mas, sem dúvida o mais importante, Clebes precisa demonstrar para Marco Alba, nas mãos de quem está a sucessão, que não será um gestor afoito e que vai quebrar a ‘régua’ a qual o prefeito se orgulha de medir o governo, não gastando mais que arrecada e, nas palavras do emedebista-maior, “sem fazer maluquices”.
O primeiro teste de Clebes será em sua gestão na presidência da Câmara. Comprar brigas com a opinião pública assistindo o CâmaraTur taxiar novamente na cidade onde, entre 2013 e 2016 se gastou mais em diárias do que a Câmara de São Paulo, ou fazer qualquer movimento para aumentar o salários dos vereadores e políticos, será seppuku.
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