A onda de demissões na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) neste começo de 2019 abateu também o ensino do campus Gravataí. Dados revelados pelo Sindicato dos Professores (Sinpro/RS) dão conta de que 14 dos 75 professores — 18% dos docentes — que atuavam até o segundo semestre do ano passado foram demitidos. É possível que funcionários da instituição com atuação em Gravataí também estejam na lista total que chega a 515 demitidos em todas unidades, mas o Seguinte: não teve acesso a esta informação.
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A direção da Associação Educacional Luterana do Brasil (Aelbra), mantenedora da Ulbra, explica que as demissões não comprometerão as estruturas já existentes da universidade, mas são consequência da "redução progressiva do número de alunos com financiamento estudantil (Fies) e a a redução do número de alunos pagantes, especialmente na Educação à Distância". A instituição diz que teve déficit operacional em todos os meses do segundo semestre de 2018. A mantenedora justifica ainda que as demissões se concentraram neste mês de janeiro pelo represamento de rescisões nos últimos dois anos. As demissões, alega a instituição, foram definidas no âmbito de cada curso.
Em Gravataí, a Ulbra mantém 12 cursos de graduação presencial e outros 21 no módulo EAD. Há ainda dois cursos presenciais e 22 de EAD na pós-graduação. Entre os demitidos do campus na cidade está, por exemplo, a coordenadora do cruso de Psicologia. A reportagem não obteve informações sobre a presença de outros coordenadores na lista local.
— A mantenedora assegurou ao sindicato que não haverá comprometimento no ensino, tampouco alguma ênfase maior ao EAD, por exemplo. Tivemos acesso às listas e, de fato, não há preponderância de professores mais graduados ou que estivessem a mais tempo na instituição — aponta o diretor do Sinpro/RS, Marcos Fuhr.
Ao todo, a Ulbra demitiu, segundo o sindicato, 290 professores e 225 funcionários. Nesta quinta (17), haverá reunião dos dirigentes sindicais com a mantenedora para garantir os pagamentos de rescisões e outros encargos. Os dirigentes da Aelbra já teriam declarado ao sindicato que não conseguirão pagara, na integralidade, as verbas rescisórias nos prazos legais.