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Festival que acontece pela primeira vez em Gravataí promove a inclusão de deficientes pelo esporte

Da esquerda para a direita: a professora Renata, Odair, o atleta paralímpico Daniel, Fernanda Fraga e Leandro Matos. Festival Paralímpico acontece pela primeira vez em Gravataí. FOTOS | Lucas Denicol - SMCEL

O município de Gravataí pela primeira vez vai estar entre as três cidades gaúchas e será uma das 48 cidades de todo o pais que realizarão neste sábado (22/9) o Festival Paralímpico. O evento assinala a passagem, no sábado mesmo, do Dia Nacional do Atleta Paralímpico, instituído pelo Congresso Nacional em 2014.

De acordo com a titular da Secretaria Municipal da Cultura, Esporte e Lazer (SMECL), Fernanda Fraga, o município foi convidado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) que coordena as atividades – como olimpíadas para atletas paraolímpicos – no país e é o órgão promotor do festival em todo Brasil.

Em Gravataí as atividades, que serão realizadas entre as 9h e 12h, vão acontecer no Paladino Tênis Clube, parceiro da Prefeitura juntamente com a Academia IAR. As modalidades nas quais estarão envolvidos atletas portadores de deficiência e não deficientes são o vôlei sentado, natação e goalball.

De acordo com o diretor de Cultura e secretário substituto da SMCEL, Leandro Mattos, trata-se de evento lúdico e não uma competição, e a presença dos não deficientes é justamente para promover a inclusão. Embora o Festival Paralímpico de Gravataí esteja preparado para receber até 150 crianças dos 10 aos 17 anos, nesta primeira edição a expectativa é que pelo menos 40 estejam no Paladino, sábado pela manhã.

 

Visibilidade

 

O convite para que Gravataí seja uma das cidades do estado a sediar o festival foi encarado pela secretária Fernanda Fraga como resultado das atividades de promoção à inclusão que vem sendo realizadas pela secretaria que comanda. Segundo ela, pelo menos há três anos são várias ações inclusivas realizadas na área cultural.

— Acho que a visibilidade que temos alcançado com nosso trabalho foi que motivou a escolha da cidade, e isso é muito importante como forma de reconhecer o que estamos fazendo e serve de estímulo para que continuamos atuando neste sentido e, agora, cada vez mais com foco também na inclusão através do esporte — disse ela.

O assessor do departamento de Esportes da secretaria, Odair Santos, lembrou que o festival realizado pelo Comitê em todo o território nacional também tem a finalidade de renovar o quadro de atletas paraolímpicos nacional. Para isso, “olheiros” vão estar nas cidades onde o festival acontece avaliando potenciais atletas que possam integrar os quadros nas diversas modalidades esportivas.

— O paratleta compete por mais tempo do que os outros, mas mesmo assim chega uma hora em que ele tem que parar. E isso se dá em todos os esportes e quase todo o tempo, por isso a necessidade de serem buscados novos atletas para que o comitê possa prepará-los para as competições — explicou o assessor.

 

Escolas regulares

 

O festival deste sábado, que é aberto aos pais, familiares de atletas portadores de deficiência e à comunidade em geral, também tem a finalidade de mostrar que os alunos com algum tipo de dificuldade podem praticar atividades esportivas na escola, ainda que sob a supervisão e com acompanhamento de um monitor.

Em Gravataí, de acordo com a secretária Fernanda, são cerca de 80 escolas da rede municipal que dispõem de espaços onde a temática da inclusão é praticada. No município, conforme o cadastro da Secretaria Municipal de Educação, existem aproximadamente 200 alunos que são portadores de algum tipo de deficiência e que são atendidos nas escolas regulares.

 

IMPORTANTE

 

1

Gravataí sedia neste sábado o 1º Festival Paralímpico promovido pelo Comitê Brasileiro Paralímipico em 48 cidades brasileiras, apenas três delas no Rio Grande do Sul. Vai ser na sede do Paladino Tênis Clube.

 

2

Cerca de 40 voluntários vão auxiliar os organizadores – Secretaria Municipal da Cultura, Esporte e Lazer com apoio do Paladino Tênis Clube e Academia Iar – do evento, entre eles familiares, professores e profissionais do esporte paraolímpico.

 

3

A SMCEL trabalha a inclusão há mais de três anos, com foco nas ações culturais e, mais recentemente, esportivas. Na pasta, a inclusão se dá na prática: atualmente um autista trabalha na secretaria que tinha, até pouco tempo, uma pessoa surda entre seus quadros.

 

4

O festival de Gravataí abriu as inscrições para a participação de crianças e adolescentes, portadores ou não de deficiência, também para outras cidades vizinhas. No município vão ser desenvolvidas atividades em piscina, único município do país que terá oficinas nesta modalidade, neste ano.

 

A frase

 

— Gravataí, de alguma forma, está na vanguarda entre as demais cidades do estado na realização de atividades que promovam a inclusão, tanto social quanto cultural e, agora, esportiva. Tanto que fomos vistos, notados, a ponto de o município ser convidado para ser uma das cidades para sediar o festival.

 

Fernanda Fraga
Secretária municipal da Cultura, Esporte e Lazer de Gravataí.

 

: Secretária Fernanda Fraga com Daniel, atleta paraolímpico campeão nacional de judô

 

Filhos atletas

 

A professora Renata Reis Monteiro, professora municipal em Cachoeirinha, é mãe de Vitor, de oito anos, e Daniel, de nove. Os dois filhos vão participar do Festival Paralímpico de Gravataí neste sábado, embora só Daniel seja deficiente, diagnosticado com autismo em grau leve e retardo mental moderado.

Ela acha extremamente importante levar os dois para atividades como esta por considerar que promovem a inclusão e incentivam a discussão sobre formas de encarar a deficiência em qualquer de suas múltiplas formas e tratar das maneiras corretas de relacionamento, tanto na família quanto na escola ou na rua, de modo geral.

Renata conta que o filho Daniel, que mal se expressava até os seis anos de idade, hoje é um atleta nacionalmente premiado. No ano passado, por exemplo, ele conquistou o primeiro lugar no campeonato da Liga Nacional de Judô Paralímpico, disputado em Recife, capital pernambucana.

— Estar em um evento como esse é um momento único por que é o filho da gente que está ali, de alguma forma participando dessa integração que é fundamental para que tem deficiência e uma oportunidade que, neste caso, vem através do esporte — diz Renata.

 

 

 

 

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