Como antecipei ontem, Marco Alba apanhou no Grande Tribunal das Redes Sociais após o anúncio da liberação do wi-fi em 15 praças de Gravataí.
Como era previsível, houve até a comparação com a falta de noção do prefeito Nelson Marchezan e os carregadores de celular em paradas de ônibus de Porto Alegre.
Sabendo ou não do que se trata, internautas mais criticaram que elogiaram, no ranking das curtidas, coraçõezinhos, uaus e grrrs nos sites e grupos de Facebook em que a notícia foi divulgada.
Quando apareceu o valor de R$ 17 milhões o pau pegou como regra, já que pouca gente leu o contrato ou foi além das manchetes, seja por falta de tempo, vontade ou por não atender aos interesses pessoais e/ou políticos da crítica.
Qualquer navegada pelas postagens neste momento vai mostrar que no imaginário dos internautas resta que esse valor milionário é o custo apenas do uso do wi-fi nas praças (e com um limite de duas horas por dia!) – o que seria mais que um escândalo, seria um crime.
Mas não é o que acontece na vida real, conforme Luiz Fernando Aquino, coordenador de Comunicação.
O milhão e pouco anual que seria o custo – informado pela empresa na cerimônia de anúncio – não será pago pela Prefeitura só pelo wi-fi nas praças, mas por um pacote de serviços que inclui 300 quilômetros de fibra ótica que permitirão a instalação de 318 câmeras de vigilância, além da interligação de alarmes e de todos os sistemas de informática de órgãos públicos (como postos de saúde e escolas), telefonia mais barata e a disponibilização de um aplicativo de download gratuito que permitirá ao usuário ver do computador ou do celular as imagens das duas câmeras instaladas em cada uma das praças com wi-fi.
– Os R$ 17 milhões são um teto de gastos do contrato em cinco anos. A Prefeitura só pagará se usar todos os serviços. Hoje, de 200 pontos há 166 ativos. O que pagamos foi R$ 135 mil a cada um dos últimos dois meses – informa.
A conta, nessa média, chegaria a R$ 1,6 milhão em 12 meses. Ou R$ 8 milhões em cinco anos de contrato.
– O wi-fi é apenas um serviço complementar – explica.
Curioso é que, como Lula e Dilma são criticados por muitos dos beneficiados pela “gastança com que quebraram o país” com “bolsas-família e bolsas-universidade”, ou por pessoas que aproveitaram reduções de IPI para comprar carros e eletrodomésticos, o prefeito também é criticado por muitos que pedem como solução para a insegurança mais polícia, mais guardas e mais câmeras nas ruas, ou até são adeptos ao “bandido bom é bandido morto”.
Ao fim, hoje parece que independentemente das ideologias basta ser político para ser unanimidade nas redes sociais.
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