Aos 69 anos, aposentado há cinco anos e com uma intensa rotina de atendimento aos pacientes, o clínico geral, pediatra e médico do trabalho Moisés Eli Magrisso comemorou nesta segunda (15/1) exatos 40 anos de atividades profissionais em Gravataí. Primeiro, clinicou em um consultório na parada 59 e dois anos depois instalou-se em uma clínica na rua Alexandrino de Alencar, na parada 61.
Foi onde conheceu uma realidade a qual, para combater, fez prescrições ‘a torto e à direita’ como se diz popularmente, decisão que o tornou conhecido não apenas em Gravataí, mas em quase todo o Brasil. Tanto que 86 cidades brasileiras já foi criada a Semana Municipal de Prevenção e Combate à Verminose (a primeira foi Gravataí por iniciativa do então vereador Levi Melo).
E o Congresso Nacional, segundo o doutor Eli – como o médico e conhecido e chamado por todos -, aprovou uma lei cujo projeto foi apresentado pelo deputado Giovani Cherini (atual Partido da República – PR).
— Quando eu cheguei na Morada do Vale o que mais tinha era criança barrigudinha, quase todas com verminose. Um alto índice de incidência da verminose que os exames de fezes não detectam. No máximo em 30% isso acontece. Comecei a recomendar vermífugos para todas as crianças tomarem de quatro em quatro meses e, hoje, é raro se ver algum barrigudinho — explica o médico.
200 ou 400 mil?
Casado com uma paulista, com dois filhos e um neto, Eli Magrisso recebeu o Seguinte: agora à tarde no consultório número 4 na sede do Sindilojas de Gravataí. Natural de Porto Alegre, residiu na aldeia por 19 anos até voltar para a capital. Aqui ganhou o título de Cidadão Honorário da Câmara de Vereadores e mantem intensa rotina de trabalho.
Além de atendimentos na sede do Sindicato dos Lojistas, cinco vezes por semana das 12h às 14h e no Sindilojas de Glorinha às quintas-feiras, tem uma clientela muito grande na clínica que instalou na MVI e onde dá consultas com mais quatro médicos, especialistas nas áreas de cardiologia, neurologia, pediatria e cirurgia vascular.
Nestas quatro décadas como profissional da Medicina, o doutor Eli Magrisso diz, em off, que já atendeu quase umas 400 mil pessoas.
— Mas bota aí que já consultaram comigo umas 200 mil, que é para não parecer que estou exagerando ou mentindo — recomenda, à reportagem.
Sistema educacional
Sobre a campanha contra a verminose que o tornou popular no meio médico, Eli Magrisso não tem dúvidas ao responder qual seria sua primeira medida caso fosse nomeado para o Ministério da Saúde:
— Implantar uma campanha nacional contra a verminose!
Mas o médico tem outra preocupação que vai além da questão relacionada à saúde das pessoas, mas diz respeito à questão educacional e que afeta, de alguma maneira, o psicológico e o condicionamento físico, especialmente, dos professores.
Ele se diz radicalmente contra o sistema educacional de progressão continuada, também chamado de módulos ou ciclos, que determina que os alunos não pode ser reprovados e repetirem o ano. Ele diz que, com isso, as crianças “são aprovadas por decreto” e não pelo conhecimento adquirido em sala de aula.
Para o profissional, o sistema impõe desgaste aos educadores e põe nas ruas adolescentes que mal sabem ler ou, quando o fazem bem, são incapazes entretanto de interpretar os textos que leem. Para acabar com o sistema, o doutor Eli diz que está em campanha com autoridades educacionais de outras cidades e várias esferas administrativas.
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Conheça a lei apresentada pelo deputado Giovani Cherini e inspirada na campanha do doutor Eli Magrisso CLICANDO AQUI.
De sucesso
O médico Eli Magrisso deixa a modéstia na gaveta ao admitir que se considera, sim, um profissional de sucesso pela carreira e as conquistas obtidas ao longo destes 40 anos de atividades. Formado em Medicina em 1977 na Fundação Universidade de Rio Grande (FURG), é especialista em Medicina do Trabalho pela Faculdade Católica
PARA SABER
O médico Eli Magrisso nunca postulou cargo eletivo em Gravataí, embora tivesse sito cotado – e convidado! – para ser candidato à vice-prefeito na chapa encabeçada pelo ex-prefeito e ex-deputado (já falecido) Abílio dos Santos.
Entretanto, ponderou, agradeceu e abdicou da candidatura. Por quê?
— Achei que como médico eu tinha condições de servir melhor à comunidade.
Confira no video abaixo a conversa do doutor Eli com a reportagem do Seguinte:.