A cara do prefeito Marco Alba na foto mostra o jeito que o prefeito chegou para reunião de emergência com o secretário estadual de Segurança Cezar Schirmer no fim da tarde desta segunda-feira, ainda na ressaca dos 10 assassinatos registrados em Gravataí apenas entre a madrugada de sábado e a noite de domingo.
– A gente ouve há 40 anos que não tem efetivo. As pessoas não aguentam mais. Alguém pode dizer que estão se matando entre eles, mas daqui a pouco sobra para um inocente que está esperando um ônibus numa parada – teria desabafado, conforme o Seguinte: apurou, sobre a guerra do tráfico e sua centena de mortes, em meio a explicações que circulavam a mesa redonda onde estava a cúpula da segurança pública gaúcha, com o secretário adjunto Everton Oltramari; o comandante geral da Brigada Militar, Andreis Dal’Lago; a superintendente da Susepe, Marli Ane Stock; o subchefe de polícia, Leonel Carivali; os diretores de Planejamento e de Inteligência da SSP, Eduardo Biachi Rodrigues e Rodrigo Pohlmann e o diretor do Departamento de Polícia Metropolitano, Fabio Mota Lopes; além do comandante da BM de Gravataí, Vanderlei Padilha e do secretário municipal da Segurança Pública, Flávio Lopes.
A cobrança de Marco teve resultado imediato: o secretário designou uma força-tarefa da Polícia Civil para acelerar o andamento dos inquéritos numa cidade onde há um policial para cada 1,8 mil ocorrências registradas. E, o mais urgente, determinou que ainda nesta madrugada batalhões de toda Região Metropolitana reforcem o efetivo de Gravataí.
– A força-tarefa é uma pronta resposta a essa onda de homicídios em Gravataí. Estamos monitorando de perto a situação. O Estado não pode e não vai se omitir. Por isso, vamos agir com energia e no rigor da lei – garantiu Schirmer.
Eles estão chegando
– Nesta noite já teremos operações – informou com exclusividade ao Seguinte: o secretário da Segurança de Gravataí, coronel Flávio Lopes, que participava há pouco na Cohab A da reunião da Gestão Participativa do governo.
O que pode ser comprovado agora há pouco pela reportagem do Seguinte: que cruzou por um comboio de camburões chegando em Gravataí vindos de Porto Alegre.
O contingente emergencial, somado aos 40 novos policiais que chegaram à cidade em julho e aumentaram a média que era de apenas 25 PMs por turno patrulhando as ruas, vai desencadear também operações conjuntas entre a Brigada e a Guarda Municipal nos bairros de Gravataí.
Também ficou acertado reforço, até o início de outubro, das Delegacias de Homicídios de Viamão e Alvorada.
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Sem Força Nacional, ainda
Conforme o secretário de Gravataí num primeiro momento o deslocamento de policiais da Força Nacional para o município está descartado.
– O apoio desses policiais em Porto Alegre está permitindo que PMs da Capital possam vir para Gravataí neste momento fora da curva – explica, confirmando que também foi reivindicado junto ao secretário uma solução para os hoje 37 presos (já chegaram a 46) que ficam em frente à Delegacia de Pronto Atendimento no Parque dos Anjos.
– Pela falta de vagas nos presídios, não é uma solução fácil. Mas quando resolvida significará mais PMs nas ruas, já além de reter viaturas, essa prisão a céu aberto demanda policiais na escolta e inclusive servindo café, almoço e janta para os presos todos os dias – explica, com a experiência de ex-comandante do 17º BPM de Gravataí.
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